Dados do Trabalho
TÍTULO
HERNIA DIAFRAGMATICA TRAUMATICA APOS TRAUMA TORACOABDOMINAL CONTUSO COM FRATURA DE ARCO COSTAL: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
As hérnias diafragmáticas (HD) são classificadas em congênitas e adquiridas. As hérnias adquiridas geralmente são causadas por trauma, com a maioria delas ocorrendo do lado esquerdo visto que a posição anatômica do fígado minimiza a possibilidade de uma hérnia do lado direito. O primeiro reparo bem-sucedido de uma hérnia diafragmática ocorreu em 1886 por Riolfi. Atualmente o reparo cirúrgico das HD pode ser feito por laparotomia, laparoscopia e toracoscopia (TAKAICHI et al., 2018). Neste relato, descrevemos o caso de um paciente que desenvolveu uma hérnia diafragmática, seis meses após trauma toracoabdominal contuso.
RELATO DE CASO
Homem, 38 anos, compareceu à unidade de urgência e emergência queixando-se de dor em flanco esquerdo, irradiação para fossa ilíaca esquerda, náuseas, vômitos e parada de eliminação de flatos e fezes com doze horas de evolução. Possuía histórico de trauma contuso toracoabdominal por agressão física com fratura de arco costal à esquerda há seis meses. Solicitada rotina de abdome agudo com evidência de hérnia diafragmática à esquerda, distensão de alças intestinais e fratura de 10º arco costal esquerdo. Realizou-se tomografia computadorizada (TC) de tórax e abdome para complementação diagnóstica, que evidenciou presença de hérnia diafragmática à esquerda. O reparo cirúrgico procedeu-se por laparotomia mediana supraumbilical, sendo confirmados os achados de imagem: presença de defeito na parte costal do diafragma à esquerda, com herniação para a cavidade torácica de parte do cólon transverso e ângulo esplênico do cólon. Optou-se por aumentar o defeito no diafragma para redução manual delicada das alças colônicas herniadas e reposicionamento na cavidade abdominal. Procedeu-se o fechamento do defeito herniário com fio absorvível 0 de poliglactina.
DISCUSSÃO
As rupturas diafragmáticas são incomuns, ocorrendo em cerca de 0,8-7% dos traumas contusos e 10-15% dos traumas penetrantes. O hemidiafragma esquerdo é comumente mais afetado que o lado direito devido ao efeito protetor do fígado. A principal causa de ruptura diafragmática traumática é: trauma contuso, acidentes de trânsito e quedas de altura (MAGAGI et al., 2018).
O diagnóstico radiográfico da lesão diafragmática pode ser óbvio quando há visualização de estômago, órgãos abdominais no tórax. Já TC é utilizado para detectar lesões do diafragma, avaliando os elementos posteriores lombares do diafragma em comparação com os folhetos anteriores (COELHO et al., 2012).
O reparo das HD pode ser feito por laparotomia, laparoscopia e toracoscopia, relataram que a abordagem pela via torácica é melhor quando se tratando de recidiva após um reparo por via abdominal. (TAKAICHI et al., 2018).
Assim HD traumáticas são incomuns nos traumas contusos, são mais comuns do lado esquerdo e estão associadas a outras lesões mais graves. Ademais o relato adiciona a literatura um caso de hérnia diafragmática à esquerda de fratura da costela com apresentação tardia (seis meses).
Área
TRAUMA
Instituições
Universidade Nilton Lins - Maranhão - Brasil
Autores
Valbecia Tavares De Aguiar, Antônio José Fonseca Da Rocha Júnior, Livia Laura Dos Santos Rocha, Karoline Teixeira Loiola, Valéria Santos da Costa , Hiago Bruno Cardoso Costa Foncesa, Moysa Márquez Serruya , Maiara Magri Pereira Olenchi