Dados do Trabalho


TÍTULO

TOPOGRAFIA EM UMA APENDICECTOMIA RETROCECAL-SUBSEROSA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A apendicite aguda é a principal causa de abdome agudo cirúrgico. Sua etiologia principal é a hiperplasia linfoide, podendo ainda, ocorrer devido à obstrução do lúmen por fecalito. A maioria dos casos ocorre em homens jovens. O diagnóstico é clínico, sendo caracterizado por náuseas, vômitos, dor na fossa ilíaca direita, febre e sinais semiológicos, como Blumberg e Rovsing. A importância consiste em salientar as disposições anatômicas do apêndice e suas peculiaridades na apendicectomia. Ademais, deve-se ressaltar a importância da intervenção cirúrgica precoce para prevenir complicações.

RELATO DE CASO

RCO, 20 anos, masculino, refere quadro álgico na fossa ilíaca direta, há 5 horas, associado a náuseas e vômitos. No primeiro atendimento, foram executados testes de Blumberg, Murphy e Giordano, no qual apenas o primeiro era positivo e foram solicitados exames laboratoriais de rotina. Ao hemograma, leucocitose. Foi encaminhado ao centro cirúrgico após 18 horas da admissão com apendicite aguda. Na cirurgia, foi feita uma incisão de Davis e abertura por planos até a cavidade, evidenciado presença de líquido citrino na cavidade e ausência de secreção purulenta. Foi encontrado apêndice retrocecal, subseroso e ascendente, hiperemiado, com presença de fibrina, sem presença de perfuração ou necrose. Feita exérese do apêndice. Instituiu-se suporte clínico. Apresentou boa evolução no pós-operatório, com alta hospitalar no segundo dia pós-operatório.

DISCUSSÃO

O apêndice insere-se no ceco, no seu contorno póstero-medial, no exato ponto de convergência das três tênias musculares. Mede cerca de 8 a 10 cm de comprimento. A disposição anatômica do apêndice pode ser pélvica, retrocecal, retrocecal-subserosa e subserosa. Cerca de 5% dos apêndices tem localização retrocecal–subserosa. Habitualmente, o apêndice encontra-se a 5 cm da espinha ilíaca ântero-superior, na linha que vai desta espinha à cicatriz umbilical. Na apendicite aguda, a conduta de primeira escolha é a apendicectomia. Nos casos não complicados são feitas incisões na fossa ilíaca direita. Quando existe processo inflamatório intenso na parte distal do apêndice, especialmente na localização subserosa e retrocecal, pode-se efetuar a apendicectomia de forma retrógrada. Devido à posição do apêndice ser variável em cada indivíduo, a inflamação desse órgão tem influência na apresentação clínica, com variação dos sinais e sintomas, dificultando e prolongado o tempo para o diagnóstico. Dessa forma, a apendicite aguda deve ser diagnóstico diferencial de outras patologias. Destarte, é inegável que o tempo de evolução da apendicite tem influência no prognóstico do paciente. Sendo assim, quanto maior o tempo de evolução, maior a chance de perfuração e, consequentemente, de complicações Além disso, a localização é de grande importância para o cirurgião, pois pode prolongar o tempo operatório devido à dissecção mais trabalhosa.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

uniceplac - Distrito Federal - Brasil

Autores

Gabriella Fernandes Trindade, Angélica Souza Duarte , Silas Fernandes Cunha Junior , Ellen Cristine Pacheco Ramos , Carolline Damas de Andrade Damas de Andrade Oliveira, João Paulo Santos Tenório, Vitor Vinicius Queiroz Sousa, Karolline Evangelista Souza