TÍTULO

ENDOMETRIOSE EM CÓLON SIGMÓIDE CAUSANDO OBSTRUÇÃO INTESTINAL: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A endometriose é definida pela presença de tecido glandular e/ou estromal do endométrio fora do útero. Acomete, primordialmente, o reto e cólon sigmoide, estando presente em cerca de 5% das mulheres que têm endometriose pélvica. Entre as disfunções que essa patologia pode causar estão: dor pélvica, constipação, hematoquezia, dispaurenia, dismenorreia, entre outros. Durante o ciclo menstrual outros agravos podem surgir, evidenciando o caráter hormônio-dependente da doença.

RELATO DE CASO

A.P.V.M., 52 anos, branca, portadora de diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica, deu entrada no serviço de urgência com queixa de dor abdominal do tipo cólica com cerca de uma semana de duração. Referiu associação com cefaleia, náuseas e constipação. Iniciou-se o tratamento clínico de suporte e realização de tomografia computadorizada de abdome que mostrou espessamento retossigmoide. Posteriormente, a paciente evolui com distensão abdominal, vômitos e pior da dor, sendo então submetida a laparotomia exploradora. Durante a cirurgia evidenciou-se tumor que obstruía a porção distal do cólon sigmoide, realizou-se retossigmoidectomia e anastomose. A análise histopatológica revelou presença de mucosa pardo-escura, com pregueamento irregular e área sobrelevada medindo 3,8cm no seu maior eixo, com margem proximal de 1,2cm e distal de 4,6cm. Mucosa do cólon extensamente invadida por endometriose, além de linfonodos com hiperplasia linfoide reativa. Após melhora do estado geral, a paciente recebeu alta e foi encaminhada para acompanhamento ambulatorial.

DISCUSSÃO

Pode-se perceber a partir deste caso a importância da endometriose intestinal como diagnóstico diferencial em casos de tumoreção colorretal. Mesmo com o exame clínico e a disponibilidade de exames de imagem, o exame anatomopatológico faz-se imprescindível nesse contexto, sendo o método padrão-ouro para elucidação diagnóstica. Pois, a partir deste consegue-se dá seguimento à terapêutica e avaliar o prognóstico real da patologia.