Dados do Trabalho


TÍTULO

POLIPECTOMIA E CORREÇAO CIRURGICA DE PROLAPSO RETAL TOTAL EM PACIENTE PRE-ESCOLAR EM HOSPITAL DE PARNAIBA-PI

INTRODUÇÃO

Pólipo retal (PR) se caracteriza pelo crescimento anormal do tecido interno colorretal, o qual projeta-se para o lúmen do trato gastrointestinal baixo podendo sofrer exteriorização por via anal, apresentando hematoquezia. Quando em tamanho considerável, o PR preenche o lúmen, ativando, pelo nervo vago, o reflexo de defecação. Com a não cessação do estímulo, essa condição pode evoluir para uma protrusão retal. Estima-se que a prolapso retal ocorra em menos de 0,5% da população total, sendo mais comum na população idosa e no sexo feminino. A protrusão retal pode ser parcial ou total, sendo o último muito raro em crianças. Nesse caso, a conduta médica de eleição é a polipectomia com restauração do prolapso e da função anorretal, por via perineal ou por via abdominal.

RELATO DE CASO

Paciente sexo masculino, pré-escolar, com história clínica de hematoquezia há 1 dia e abaulamento anal, sem apresentar outras queixas. Ao exame físico, abdome flácido, indolor e sem massas palpáveis, com pólipo isquêmico visível à inspeção estática anal de 3 cm de diâmetro. Indicado procedimento cirúrgico de urgência para ressecção da lesão. Enquanto aguardava completar jejum e burocracia para internação, o paciente evoluiu com sudorese fria, choro inconsolável, redução do tempo de enchimento capilar e prolapso retal exteriorizando o pólipo e seu colo. Levado ao centro cirúrgico, foi submetido à polipectomia com ligadura basal realizada através de ponto transfixante de fio absorvível, seguida de exérese da lesão. Consecutivamente realizada redução manual da alça prolapsada. O paciente recebeu alta hospitalar após 24h de internação hospitalar. Avaliado 1 semana após alta, encontrava-se assintomático. Não retornou para seguimento e avaliação de estudo anátomo-patológico.

DISCUSSÃO

Prolapso retal pediátrico podem ter quadro autolimitado com resolução espontânea. Entretanto, preza-se pela conduta cirúrgica quando a protrusão é associada a complicações anóxicas ou hematoquezia. Logo, a abordagem deve ser menos invasiva, devido risco de complicações cirúrgicas. A técnica por via abdominal é mais invasiva, mas possuem menores taxas de recidivas e em vista da complexidade, orienta-se para quadros com menores riscos cirúrgicos. Correções perineais são menos invasivas, não havendo necessidade de anestesia geral, são recomendadas para pacientes de maior risco cirúrgico. Em consequência disso, paciente em questão cumpre critérios para correção cirúrgica perineal devido a presença do pólipo isquêmico, histórico positivo para hematoquezia e prolapso da porção retal. Nesse caso, observa-se a vantagem da abordagem perineal por sua menor taxa de complicações, além de ser uma técnica adequada para que não ocorra recidiva. Por não haver comparecido ao retorno, não se pôde acessar anátomo-patológico do produto cirúrgico e investigar causa-base.

Área

CIRURGIA PEDIÁTRICA

Instituições

Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba - Piauí - Brasil

Autores

Lady Jane da Silva Macedo, Nickolas Souza Silva, Manuela Sousa Silva, Karolinne Kassia Silva Barbosa, Hayssa Duartes dos Santos Oliveira, Eduarda Viana Trajano, Priscila Favoritto Lopes