Dados do Trabalho


TÍTULO

A UTILIZAÇAO DA ESOFAGECTOMIA HIBRIDA MINIMAMENTE INVASIVA NO TRATAMENTO DO CANCER ESOFAGICO

OBJETIVO

Nos últimos anos, a esofagectomia minimamente invasiva para o câncer esofágico tem se tornado bastante popular por reduzir a perda de sangue, morbidade e tempo de internação hospitalar. Dentre as múltiplas variações descritas desse procedimento, encontra-se a esofagectomia híbrida minimamente invasiva (EHMI), que pode apresentar algumas vantagens específicas. Assim, esse trabalho objetiva elucidar a utilização da EHMI como recurso terapêutico para o câncer esofágico, evidenciando os benefícios de tal método em relação à esofagectomia aberta (EA).

MÉTODO

Trata-se de uma revisão sistemática de literatura realizada na base de dados PubMed, considerando apenas publicações dos últimos dez anos nos idiomas português e inglês, mediante os descritores “hybrid minimally invasive esophagectomy” e “open esophagectomy”. Utilizou-se o operador booleano AND. A busca resultou em 55 artigos, dos quais 11 se enquadraram no objetivo da pesquisa.

RESULTADOS

Em um estudo multicêntrico, randomizado e controlado, demonstrou-se que a EHMI, em relação à EA, estava associada a um risco 77% menor de graves complicações intra e pós-operatórias, além de incidência (18% vs. 30%) e risco (50% mais baixo) reduzidos de complicações pulmonares maiores. Em outro estudo, relatou-se também menores morbidade geral (35,7% EHMI vs. 59,3% EA) e mortalidade intra-hospitalar (1,4% EHMI vs. 7,1% EA), com taxas semelhantes de sobrevida em dois anos entre os grupos. Além de alguns desses benefícios citados anteriormente, pesquisas relatam um número maior de linfonodos coletados de pacientes que foram submetidos à EHMI do que à EA (31,9 vs. 26,3), e também mínima morbidade e excelentes resultados de sobrevida em longo prazo naqueles pacientes que fizeram quimiorradioterapia neoadjuvante e foram submetidos à EHMI. Ademais, em um estudo realizado na Coréia do Sul, demonstrou-se que o grupo EHMI apresentou níveis séricos de PCR no primeiro dia de pós-operatório (PO) significativamente menores, além de um nível sérico de albumina mais alto no PO imediato, o que supõe-se contribuir para a redução do tempo de permanência hospitalar. No entanto, em um estudo alemão, observou-se uma maior taxa de retardo no esvaziamento gástrico no grupo EHMI – o que pode ser atribuído à técnica cirúrgica – mas também relatou-se uma recuperação mais acelerada nesse grupo, bem como um tempo mais curto de operação e redução da perda sanguínea quando comparado à EA.

CONCLUSÕES

Dessa forma, a EHMI apresenta-se com muitas vantagens em relação à EA, demonstrando taxas reduzidas de complicações pulmonares, intra e pós-operatórias, bem como diminuição do tempo de permanência hospitalar. Além disso, oferece um tempo de cirurgia mais curto e demonstra ótimos resultados de sobrevida em longo prazo naqueles pacientes que foram submetidos à quimiorradioterapia neoadjuvante.

Área

ESÔFAGO

Instituições

Universidade Federal do Maranhão - Maranhão - Brasil

Autores

Gabryella Silveira Cardoso, Guilherme Zacarias Queiroz de Barros Braga, Pedro Henrique Passos Viana, Rafael Fernando Castro Silva, Amanda Ribeiro Tavares, Renan Alves Rodrigues, Jorge Soares Lyra