Dados do Trabalho


TÍTULO

RESSECÇAO DO SEGMENTO VIII POR VIA LAPAROSCOPICA PARA O TRATAMENTO DA NEOPLASIA CISTICA MUCINOSA DO FIGADO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

As neoplasias císticas hepáticas constituem apenas 5% das lesões císticas, mas, devido aos avanços nos exames de imagem abdominal, a sua frequência está aumentando. Essas incluem o cistoadenoma benigno, agora referido como neoplasia mucinosa hepática não invasiva, que é, em geral, encontrada incidentalmente; e cistoadenocarcinoma, uma lesão maligna agora chamada de neoplasia mucinosa hepática invasiva. Na primeira, devido à sua propensão para recorrência local, bem como a sua malignização, o tratamento de escolha deve ser cirúrgico.

RELATO DE CASO

Paciente C.A.C., feminino, 48 anos, com dor abdominal em hipocôndrio direito há 1 ano e gastroplastia prévia há 10 anos, foi submetida a tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética. O achado incidental mostrou lesão cística septada com área sólida no interior medindo 5 cm em segmento VIII. Investigações hematológicas identificaram os marcadores tumorais CA 19-9 = 132, 3 e CEA = 3,8. O tratamento proposto e realizado com sucesso foi uma segmentectomia laparoscópica do segmento VIII, sendo a lesão excisionada em “endobag” a fim de evitar disseminação.

DISCUSSÃO

A neoplasia mucinosa hepática não invasiva ocorre principalmente dentro do parênquima hepático (80-90%), com predomínio no lobo direito (55%), embora também tenham sido descritos na árvore biliar extra-hepática e na vesícula biliar.
A paciente em questão apresentava dor abdominal inespecífica, com duração de 1 ano, e teve seu diagnóstico em exame de imagem incidental, assim como na literatura de referência, segundo a qual muitos pacientes são assintomáticos e, mais comumente, os sintomas incluem dor e sensação de massa abdominal superior.
O diagnóstico de cistos hepáticos pode ser feito por exame ultrassonográfico, que tem 90% de sensibilidade e especificidade em diagnosticar este tipo de lesão cística. Porém, casos suspeitos de neoplasia mucinosa hepática não invasiva ou invasiva, devem ser documentados por tomografia computadorizada ou ressonância magnética, exames de escolha neste caso.
As imagens típicas possuem margens irregulares, forma oval, com presença de septações internas e calcificações, havendo realce com o uso do meio de contraste.
O manejo difere dos demais cistos não neoplásicos. O tratamento da neoplasia mucinosa hepática não invasiva deve ser cirúrgico, devido à potencial degeneração maligna dessas lesões, descrita em até 15% dos pacientes. A técnica cirúrgica deve ser individualizada, levando em consideração a localização do tumor e do paciente. O prognóstico após a remoção completa de uma neoplasia mucinosa hepática não invasiva é excelente, com sobrevida prolongada, o que pode ser visto na paciente descrita neste caso.

Área

FÍGADO

Instituições

HOSPITAL BRASÍLIA - Distrito Federal - Brasil

Autores

ALESSANDRA ANDRADE LOPES, ANA CAROLINA ANDRADE LOPES, MARCELLA RESENDE MONTEIRO PRADO, IAN PAGNUSSAT, SERGIO RENATO PAIS-COSTA