TÍTULO

DERIVAÇAO GASTROJEJUNAL PALIATIVA VIDEOLAPAROSCOPICA EM CANCER GASTRICO AVANÇADO

INTRODUÇÃO

O uso da videolaparoscopia no manejo da neoplasia gástrica atualmente é bem estabelecido tanto na proposta curativa, promovendo ressecção oncologicamente correta, quanto no estadiamento ou paliação cirúrgica. As vantagens da cirurgia minimamente invasiva são menor trauma, menor tempo de internação hospitalar, retorno precoce às atividades rotineiras e melhor resultado estético.

RELATO DE CASO

Paciente de 70 anos, masculino, com empachamento pós-prandial por seis meses, evoluiu com hiporexia e intolerância à dieta sólida, acompanhada de perda ponderal de 20%. Foi admitido no serviço de cirurgia apresentando-se com náuseas, emagrecimento e dificuldade para tolerar dieta por via oral, porém com boa performance status, sem mais alterações ao exame físico. Durante a investigação diagnóstica, a Endoscopia Digestiva Alta evidenciou lesão ulceroinfiltrativa acometendo toda a pequena curvatura do estômago, promovendo subestenose de transição antropilórica, cuja biópsia confirmou um adenocarcinoma gástrico moderadamente diferenciado. Realizou-se o estadiamento radiológico com Tomografia Computadorizada de Abdome contrastada com achados de lesão tumoral gástrica estenosante, ascite, metástases hepáticas difusas e linfonodomegalias próximas ao tronco celíaco e interaortocavais. Por tratar-se de um quadro neoplásico avançado, sem indicação de abordagem curativa, com obstrução digestiva alta e necessidade de restabelecimento de trânsito para nutrição por via oral, indicou-se a videolaparoscopia, que evidenciou a grande curvatura gástrica poupada, sendo então realizada uma gastrojejunoanastomose manual à Billroth II. O paciente evoluiu clinicamente bem, sem dor, introduzindo-se a dieta oral no dia seguinte com boa aceitação e progressão diária, sem alterações ao exame físico, recebendo alta hospitalar cinco dias depois sem complicações, encaminhado para acompanhamento conjunto com oncologia clínica.

DISCUSSÃO

A videolaparoscopia apresenta vantagens pós-operatórias bem reconhecidas, como menor dor, menor risco de íleo paralítico ou aderências e menor tempo de internação hospitalar. Seus benefícios se estendem à abordagem de casos de neoplasias, respeitando os princípios oncológicos, e possibilitando um menor intervalo de tempo para o início de terapias adjuvantes, como a quimioterapia nos casos de adenocarcinoma gástrico. A cirurgia minimamente invasiva representa, portanto, uma boa alternativa aos pacientes com quadro neoplásico avançado e indicação de derivação digestiva paliativa com boas condições perioperatórias.