Dados do Trabalho


TÍTULO

EPIDEMIOLOGIA DO ATENDIMENTO A VITIMA DE LESAO POR ARMA DE FOGO EM UM HOSPITAL PUBLICO DO RJ

OBJETIVO

Diversos estudos apontam para crescimento da violência no Brasil, em particular das mortes por homicídios, desde final da década de 1970. As crescentes taxas de violência no Brasil colocam a população exposta a constantes riscos, tornando-se um problema prioritário de saúde pública. O uso de armas de fogo têm sido considerado como uma das causas externas mais importante que contribui para os altos níveis de violência, sendo a Perfuração por Arma de Fogo (PAF) apontada como responsável pelo aumento nas mortes por homicídios no Brasil. Trata-se de um estudo epidemiológico sobre o atendimento realizado a pacientes com lesões provocadas por PAF em serviço de emergência da baixada fluminense durante o segundo semestre do ano de 2017.

MÉTODO

A coleta dos dados foi realizada a partir do Sistema integrado de gestão a saúde, de acordo com CID-10X93 e 10X94 que relaciona à agressão por arma de fogo de mão e o CID10X95 à agressão por meio de disparo de outra arma de fogo ou de arma não especificada.

RESULTADOS

Foram realizados 324 atendimentos, sendo 294 do sexo masculino e 30 do sexo feminino. Observou-se 2 vítimas na faixa etária de 1 a 14 anos, 194 de 15 a 29 anos, 95 entre 30 a 49 anos e 29 eram maiores de 50 anos. Em 4 atendimentos, a idade não foi informada. Quanto ao número de perfurações, 192 vítimas tiveram 1 perfuração, 85 de 2 a 4 perfurações, 41 mais que 4 e em 6 casos o número de perfurações não foi informado. Os locais mais acometidos foram membros com 156 perfurações, seguido de tórax com 54, abdome com 39, dorso com 28, crânio, glúteo e toracoabdominal com 18 perfurações cada. Outros locais registram 23 casos. Em 5 atendimentos, os locais das perfurações não foram informados. De 324 vítimas, 166 usaram meios próprios para entrar no serviço, seguido de 82 que usaram a polícia, 47 usaram o corpo de bombeiros e 29 usaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Novembro foi o mês que mais se destacou, com 58 entradas, seguido de dezembro com 57, agosto com 56, outubro com 54, setembro com 52 e julho com 47 vítimas. Infere-se no aumento dos casos por PAF durante o final de semana, os quais somaram 182 entradas. Durante a semana (segunda a quinta-feira) os registros mostram 141 vítimas. No período noturno (18:00 às 23:59) apresentaram 148 vítimas, seguido da madrugada (0:00 às 05:59) com 80 vítimas, vespertino (12:00 às 17:59) com 61 vítimas e o matutino (6:00 às 11:59) com 35 vítimas. Evolução dos pacientes: 147 tiveram alta depois de passarem no primeiro atendimento, 107 foram internados e encaminhados para a especialidade necessária, 66 foram a óbito, 16 tiveram altas a revelia e 4 foram transferidos.

CONCLUSÕES

O estudo apresentou informações para caracterização dos meios que a vítima usou para chegar ao atendimento, o número de perfurações, os principais locais atingidos e a evolução do quadro dos pacientes. Constatou-se que homens jovens são as principais vítimas de agressão por arma de fogo e acontece com maior prevalência no período noturno e finais de semanas.

Área

TRAUMA

Instituições

Hospital Geral de Nova Iguaçu - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Gabriel Araújo Ferrari Figueiredo, Rita Anieli de Paula Rocha, Priscila Garcia de Andrade, Mariana Vieira Garcia Carvalho, Fausto Luiz Orsi, Erick César Mercês, Javert do Carmo Azevedo Filho