Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO: LESÃO ESOFÁGICA E TRAQUEAL POR PAB

INTRODUÇÃO

As lesões traumáticas do esôfago apresentam baixa prevalência (0,5% a 2%), porém alto índice de letalidade principalmente quando seu diagnóstico é tardio. A localização anatômica do esôfago confere proteção aos agravos externos. A melhor abordagem destas lesões ainda é controversa.

RELATO DE CASO

WJLS, 24 anos, masculino, admitido no centro de trauma de hospital público do Distrito Federal, vítima de múltiplos ferimentos por arma branca, dois em região posterior de hemitórax direto, sendo realizada drenagem de tórax imediata. Após liberação da dieta por via oral evoluiu com piora do estado geral e dispneia. O esofagograma baritado, evidenciou extravasamento de contraste, confirmando a suspeita de lesão esofágica (LE). Durante toracotomia anterolateral direita foram visualizadas lesão em terço médio do esôfago, acometendo tanto parede posterior como anterior, e lesão traqueal na porção lateral, próximo à bifurcação carineal. As lesões foram corrigidas com sutura primária sendo deixado dreno de tórax próximo às áreas acometidas e realizada gastrostomia. Encaminhado à CTI onde permaneceu por 6 dias, em uso de antibióticoterapia com ampicilina com sulbactam por 7 dias. No 11º dia de pós operário (DPO) realizou tomografia de tórax e teste com azul de metileno realizado não sendo visualizadas alterações. No 18º DPO recebeu alta hospitalar com programação de fechamento de gastrostomia.

DISCUSSÃO

A evolução, o prognóstico e o tratamento das perfurações de esôfago, são influenciados por vários fatores: causa da lesão, localização da perfuração, existência de lesão concomitante em outros órgãos, estado clínico do paciente. Os mais importantes são o retardo no diagnóstico e a localização da perfuração. Independente da etiologia todo paciente com suspeita de perfuração esofagiana deve realizar uma radiografia de tórax, uma vez que possibilita a identificação de enfisema subcutâneo, pneumomediastino, níveis hidroaéreos, pneumotórax, derrame pleural, o que aumenta o grau de suspeição. Contudo, os exames contrastados por via oral possuem maior sensibilidade e especificidade. A tomografia de tórax pode ser útil quando o estudo inicial não foi satisfatório, mostrando com precisão a presença de ar em torno do esôfago, além de abscessos e coleções, às vezes não identificados na radiologia convencional. O diagnóstico em algumas ocasiões é difícil de ser estabelecido o que se traduz no retardo do tratamento e o consequente aumento da morbidade e mortalidade. Além disso, muitos tópicos relacionados às perfurações do esôfago, ao tratamento, a baixa frequência das perfurações esofágicas, poucos são os cirurgiões que adquirem experiência suficiente com esse tipo de lesão, assim despertando controvérsias quanto a conduta ouro.

Área

ESÔFAGO

Instituições

Unicepalc - Distrito Federal - Brasil

Autores

Carolline Damas de Andrade Oliveira, Caroline Ferrari, Deborah Roberta Liduario Raupp , Isabela Fernandes , Rodrigo Silveira Rocha , Eduardo Lenza Silva, Lucas Augusto Rodrigues Oliveira, Gabriel Fonseca Bulhões