Dados do Trabalho


TÍTULO

OBESIDADE E ESTEATO - HEPATITE NAO ALCOOLICA EM PACIENTES POS – TRANSPLANTE HEPATICO PROMOVENDO DISFUNÇAO DO ENXERTO

INTRODUÇÃO

A esteato - hepatite não alcoólica – Nonalcoholic Steatohepatitis (NASH) tem incidência crescente em países ocidentais, sendo associada principalmente à obesidade, diabetes, dislipidemias e síndrome metabólica. Pode evoluir para cirrose com necessidade de transplante hepático – TxH. Devido o ganho de peso encontrado com freqüência nos pacientes pós TxH pode ocorrer o surgimento de NASH no pós TxH com potencial risco de comprometer a função do enxerto.

RELATO DE CASO

Paciente feminina, 42 anos, Testemunha de Jeová, portadora de cirrose hepática por NASH (sobrepeso – IMC 29, diabete mélito tipo 2), submetida a transplante hepático- TxH com MELD de 9. Recebeu alta no 16° dia de pós – operatório, não houve complicações cirúrgicas/ vasculares, apresando febre e hemocultura positiva para Escherichia coli tratada com carbapenêmico por dez dias. A paciente evoluiu com ganho de peso nos anos seguintes, passando a obesidade grau II com IMC de 36, associado a elevação de transaminases. Realizado biópsia hepática 5 anos após o TxH que evidenciou esteatohepatite, esteatose macrovesicular e fibrose em zona 3 acinar, confirmando a recidiva do NASH. Paciente no momento acompanhada com medidas dietético-comportamentais para controle ponderal como tentativa de controle do NASH e evitar falência do enxerto, com boa resposta com IMC de 31 e normalização de transaminases.

DISCUSSÃO

Há relatos sobre a incidência de obesidade em 40% dos pacientes já no primeiro ano pós - transplante hepático e após três anos da operação cerca de 70% dos pacientes apresenta excesso de peso corporal. A melhora do paladar pós – transplante, o uso de imunossupressores e glicocorticóides, que intrinsecamente contribuem para o ganho de peso, são os principais responsáveis pela obesidade nesses pacientes. As principais conseqüências são aumento na incidência de diabete mélito tipo 2, dislipidemias, hipertensão arterial, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e renais, assim como NASH do enxerto. Todas com importante consequências na mortalidade em longo prazo. A obesidade e a NASH devem ser investigadas e tratadas de maneira multidisciplinar no pós- TxH pois podem comprometer a qualidade do enxerto. Em pacientes transplantados com IMC maior que 35, a cirurgia bariátrica é uma opção. O pequeno número de estudos e de casos operados na situação descrita não permite conclusão ou consenso quanto à técnica bariátrica ideal (Bypass Gástrico em Y de Roux ou Gastrectomia Vertical - SLEEVE) após a realização de TxH.

Área

TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS

Instituições

HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA - Ceará - Brasil

Autores

RAIMUNDO RODRYGO DE SOUSA NOGUEIRA LEITE, IVELISE REGINA CANITO BRASIL, FRANCISCO ALAN BARBOSA LEAL, JESSICA GURGEL SANTOS, NATÁLIA STEFANI DE ASSUNÇÃO FERREIRA