Dados do Trabalho
TÍTULO
TROMBOSE EM VEIA OVARIANA ESQUERDA POS CURETAGEM: UM RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
Fenômenos tromboembólicos são cinco vezes mais incidente em grávidas devido à produção placentária de inibidores plasminogênicos, ocasionando um estado de hipercoagulabilidade. A Trombose da Veia Ovariana (TVO) é uma complicação que ocorre, geralmente, na gravidez e no pós-parto. Apresenta-se por meio da tríade febre, dor e massa abdominal. Assim como em outras doenças tromboembólicas, a TVO é mais comum após a cesárea. O seguinte relato de trata-se de um caso de uma mulher com trombose de veia ovariana esquerda pós procedimento de curetagem.
RELATO DE CASO
Mulher, 38 anos, G10 A2 P8, deu entrada queixa de dor pélvica, disúria e polaciúria no dia 20/05/18. Realizou 4 dias antes curetagem uterina após aborto. Ao exame físico, evidenciou-se dor à palpação em região hipogástrica e temperatura axilar de 38,8°C, chegando a um diagnóstico de Infeção do Trato Urinário. Uma ultrassonografia pélvica transvaginal realizada em 21/05 evidenciou espessamento endometrial e moderada quantidade de líquido em endométrio, compatível com endometrite. Foram solicitados outra USG Pélvica e Hemograma completo em 24/05, em que o USG foi concordante com o já realizado antes e, no hemograma, redução dos parâmetros da classe vermelha do sangue. À TC de abdome total, realizada em 28/05/18, evidenciou sinais de trombose em veia gonadal esquerda, útero com dimensões aumentadas e relevos serosos preservados, ovário esquerdo com dimensões levemente aumentadas e pequena quantidade de líquido livre na pelve. Em 03/06 foi solicitado bioquímica, na qual uréia, creatinina, atividade protrombínica, RNI e tempo de tromboplastina parcial ativada se mostraram normais e o tempo de protrombina estava levemente aumentada. No dia 04/06, foram feitos, novamente, exames de uréia e creatinina, mostrando baixa taxa de creatinina (0,21 mg/dl), além de tempo de sangramento, tempo de coagulação, prova do laço e retração do coágulo, dos quais todos estavam normais. Após isso, foi requisitado avaliação de profissional angiologista. No dia 05/06, a paciente realizou-se uma USG Abdominal total que mostrou achados habituais normais. Paciente seguiu sem alterações ou reclamações sobre algias na data de 06/06 e em 07/06 referiu apenas cefaleia. Mostrando resposta adequada ao tratamento realizado após avaliação, recebeu alta em 08/06.
DISCUSSÃO
Durante a gravidez o diâmetro da veia ovariana é triplicado e ocorre um aumento em 60 vezes no seu volume gerando incompetência valvar. A veia direita é a mais acometida, sendo este caso ainda mais raro. A paciente apresentou dor à palpação na região hipogástrica e febre após um aborto retido, sendo estes dois sintomas característicos da TVO, que, inclusive é diagnóstico diferencial. Entretanto, devido à disúria e à polaciúria, o primeiro diagnóstico sugerido foi Infecção do Trato Urinário. Há relatos sobre TVO no pós-parto sendo rara pós aborto. Ademais, estes casos podem apresentar um quadro atípico, justificando ausência de um dos componentes da tríade clássica na paciente deste relato.
Área
GINECOLOGIA
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - Piauí - Brasil
Autores
JESSYK MARIA LOPES NUNES, ANTONINO NETO COELHO MOITA, PRISCILA FAVORITTO LOPES, ISAQUE LANND CARVALHO BEZERRA BONFIM, LORENA RAMOS BARROSO, MARIA VICTORIA BASTOS ARAÚJO, FRANCISCO CLEZION FRANCA VASCONCELOS JÚNIOR, RENESON DOS SANTOS FERNANDES