Dados do Trabalho


TÍTULO

SÍNDROME DE MIRIZZI: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A síndrome de Mirizzi consiste na obstrução seja do ducto hepático comum ou do colédoco, secundária à compressão extrínseca devido à impactação de cálculos no ducto cístico ou no infundíbulo da vesícula (bolsa de Hartmann). Causa compressão do ducto biliar adjacente, resultando em obstrução parcial ou completa do ducto hepático comum e, finalmente, desencadeando disfunção hepática. Acompanha-se de inflamação da vesícula biliar e, em alguns casos, pode estar presente fístula colecistohepática (síndrome de Mirizzi tipo II, III, IV) ou não (síndrome de Mirizzi tipo I).
A síndrome de Mirizzi é incomum, apresentando uma incidência de menos de 1% ao ano nos países ocidentais desenvolvidos e de 4,7% a 5,7% nos países em desenvolvimento. Prevalece entre a quarta e a sétima década de vida e a incidência aumenta em pacientes submetidos à colecistectomia para 0,3 a 5% e 0,1 a 2,7% entre pacientes com colelitíase; Enquanto isso, pacientes com câncer de vesícula biliar apresentam o maior risco (> 25%)

RELATO DE CASO

M.D.S.A, sexo feminino, 67 anos, com quadro de dor abdominal e icterícia há dois meses, com piora nos últimos 15 dias. Apresentava febre e dor em hipocôndrio direito, sem sinais de irritação peritoneal, ao exame físico. Os exames laboratorias demonstravam aumento das enzimas canaliculares: fosfatase alcalina 296 U/L, GGT 111 U/L e aumento das Bilirrubinas ( Total:13,3 / BI: 7,4). A tomografia de abdome demonstrou quadro de colecistite calculosa associado a dilatação de vias biliares intra-hepáticas.

DISCUSSÃO

A síndrome de Mirizzi pode ser originada por um processo inflamatório secundário à erosão causada por um cálculo biliar impactado no infundíbulo da vesícula biliar ou na bolsa de Hartmann e no ducto cístico. Os sinais e sintomas mais frequentes são dor abdominal, seguida de icterícia e colangite. Podem se associar também náuseas, vômitos, colúria, prurido, hepatomegalia e, menos frequentemente pancreatite aguda, perfuração da vesícula biliar e perda ponderal.
Os tipos são: I) compressão extrínseca do ducto hepático comum/ colédoco por cálculo no colo vesicular ou ducto cístico; II) presença de fístula colecistobiliar com erosão de diâmetro inferior a 1/3 da circunferência do ducto hepático comum/colédoco; III) presença de fístula com diâmetro superior a 2/3 da circunferência do ducto hepático comum/colédoco; IV) presença de fístula que envolve toda a circunferência do ducto hepático comum/colédoco; V) qualquer tipo, mais fístula colecistoentérica (Va: sem íleo biliar e Vb: com íleo biliar).
De acordo com o caso encontrado à classificação de Mirizzi existe um protocolo bem definido de tratamento cirúrgico, onde os procedimentos recomendados para diferentes tipos são: tipo I - colecistectomia parcial; tipo II - fechamento da fístula com sutura ou coledocoplastia; tipo III - coledocoplastia; tipo IV - anastomose biliodigestiva. Na ausência de fístula colecistobiliar (Tipo I), a colecistectomia e a remoção dos cálculos biliares constituem o tratamento de escolha

Área

FÍGADO

Instituições

Hospital Nossa Senhora do Bom Conselho - Alagoas - Brasil

Autores

JOSE ROBERTO CAVALCANTE DE NOVAIS, JHONAT THAYLSON DA SILVA, MARCIO MONTEIRO DAVILA MELO, MARCUS VINICIUS QUIRINO FERREIRA