TÍTULO

NUMERO DE LAPAROTOMIAS NAO TERAPEUTICAS POR TRAUMA ABDOMINAL PENETRANTE EM UM HOSPITAL DE TRAUMA DE BRASILIA

OBJETIVO

Descrever os pacientes vítimas de trauma abdominal penetrante encaminhados ao centro cirúrgico e que tiveram laparotomias não terapêuticas (LNT) durante o período de um ano.

MÉTODO

Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo com abordagem de pacientes vítimas de trauma abdominal penetrante em um centro referência em trauma de Brasília.
Foram coletados dados de pacientes vítimas de trauma abdominal penetrante (tanto por arma de fogo quanto por arma branca) e que foram submetidos à laparotomia ou laparoscopia exploradora no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2018. A pesquisa foi feita primeiramente da coleta de dados presente em bancos de dados do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal e posteriormente analisou-se o prontuário destes pacientes.
Excluiu-se os pacientes que não tiveram violação da cavidade abdominal bem como aqueles que apresentaram lesões penetrantes em outras regiões como tórax e glúteos mesmo tendo o trajeto da arma branca ou de fogo atingido os órgãos da cavidade abdominal.

RESULTADOS

Foram analisados 35 prontuários referentes à pacientes com traumas abdominais perfurantes submetidos à laparotomia ou laparoscopia exploradora. Desses, 5 (14,2%) eram do sexo feminino e 30 (85,8%) do sexo masculino. Sendo as idades de 17 a 61 anos.
Ao todo o estudo obteve-se 22 (62,8%) casos de perfuração por arma branca (PAB) e 13 (37,2%) casos de perfuração por arma de fogo (PAF). Destes, 9 (25,7%) resultaram em cirurgias não terapêutica, sendo 7 LE por PAB e 1 LE por PAF e 1 caso de laparoscopia não terapêutica causado a PAB em transição toracoabdominal. Obteve-se 26 (74,3%) pacientes que foram submetidos à cirurgia terapêutica. Desses 25 foram por LE e 1 caso que foi submetido a laparoscopia terapêutica.
Em relação à topografia das lesões tiveram 23 (65,7%) pacientes que apresentaram lesões em abdome anterior, 6 em flanco e 6 em dorso. Dos que apresentaram lesões em abdome anterior 18 (78,2%) tiveram laparotomia terapêutica e 5 (21,8%) foram LNT.
Dos pacientes com traumas penetrantes em abdome que foram submetidos a laparotomia exploradora 11 (31,5%) fizeram TC de abdome. No total 24 (68,5%) pacientes, no entanto, foram encaminhados direto ao centro cirúrgico sem realização exames de imagem.
Dos 35 pacientes, 2 foram a óbito durante a cirurgia. Já os outros 33 foram à enfermaria para continuação do tratamento. Dos 33 pacientes submetidos à LE terapêutica os órgãos mais acometidos foram o delgado e diafragma em relação ao PAB e ao PAF foram o fígado e delgado.

CONCLUSÕES

O número de LE não terapêutica foi inferior aos pacientes submetidos à laparotomia terapêutica mesmo apresentando pouca utilização da laparoscopia diagnóstica. Teve um bom desfecho no serviço, já que apenas 2 pacientes vítimas de trauma abdominal penetrante e que foram para o centro cirúrgico evoluiu para óbito.