Dados do Trabalho
TÍTULO
CONDILOMA GIGANTE DE BUSCHKE-LOWENSTEIN: ABORDAGEM TERAPEUTICA EM PACIENTE IDOSO - RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O condiloma anorretal gigante de Buschke-Lownenstein é uma lesão volumosa, exofídica, em aspecto de couve-flor, cuja morbidade consiste na compressão das estruturas adjacentes, dor, infecção, fístula, sangramento e possibilidade de transformação maligna. É induzido pelo papiloma vírus humano (HPV) e relacionado a estados de comprometimento imune, com infecção por HIV (GUOZHEN, 2016). O tratamento de escolha é a excisão cirúrgica ampla, podendo em casos selecionados ser utilizadas quimio e radioterapia, como terapia adjuvante ou exclusiva (FANGET, 2016). O objetivo deste relato é descrever um caso do condiloma de Buschke-Lownenstein em um paciente não imunodeprimido e para o qual foi optado por tratamento radioterápico exclusivo.
RELATO DE CASO
Paciente N.S.R, masculino, 70 anos, hipertenso e tabagista, com queixa de lesão grande em canal anal há vários anos, associada a fístulas para nádegas e drenagem de secreção fétida. Habito intestinal regular, diário, com fezes pastosas, sem sangramento. Toque retal não realizado pela extensão da lesão e inflamação adjacente. À ressonância de pelve evidenciou-se lesão vegetante em canal anal e reto, com extensão até a pelve, sem acometimento secundário. Ao exame anatomopatológico da lesão evidenciado carcinoma espinocelular (CEC) invasor. Foi, então, proposto tratamento cirúrgico com ressecção do tumor, todavia paciente não consentiu com procedimento. Dessa forma, optou-se desvio do trânsito intestinal por colostomia e início de radioterapia externa. Paciente mantém seguimento ambulatorial com regressão do volume tumoral e relato de melhora substancial na qualidade de vida.
DISCUSSÃO
O condiloma de Buschke-Lownenstein tem sua localização mais comum no pênis, mas pode se manifestar na vagina, vulva, bexiga, e até canal anal e reto, como neste caso. As queixas do paciente configuraram uma manifestação clínica típica do tumor na região anorretal, todavia o paciente não possuía os fatores de risco tradicionais como imunossupressão, principalmente pelo HIV, e relação sexual anal receptiva (FAI, 2018). O tratamento considerado padrão ouro é o cirúrgico com ressecção ampla dos tecidos adjacente, que apesar de conseguir melhor controle da doença, diminuindo recidiva, leva a mutilação extensa e necessidade de reconstrução anatômica (FANGET, 2016). O paciente em questão optou por tratamento radioterápico da lesão, que apesar de trazer resultados mais pobres de acordo com a literatura (FAI, 2018), melhorou significativamente sua qualidade de vida. Dessa forma, apesar da raridade e morbidade da patologia, o plano terapêutico deve ser traçado junto ao paciente, e dentre as condutas validadas, optar por aquela que melhor atende as expectativas do paciente.
Área
COLOPROCTOLOGIA
Instituições
Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Minas Gerais - Brasil
Autores
AMANDA PITA OLIVEIRA, LUCCAS FERNANDES GODOY, FABRICION REIS OLIVEIRA, RAFAEL DE CARVALHO DA SILVA, KATYARA RODRIGUES FAGUNDES, ITALO FILIPE CARDOSO AMORIM, EMERSON ABDULMASSIH WOOD DA SILVA