Dados do Trabalho


TÍTULO

CARCINOMA UROTELIAL URETERAL SATISFATORIAMENTE TRATADO COM TECNICA MINIMAMENTE INVASIVA

INTRODUÇÃO

O carcinoma urotelial ou carcinoma de células de transição é a neoplasia mais presente no trato urinário e, devido à histologia deste sistema, sua localização pode ocorrer tanto em trato urinário superior, quanto em trato urinário inferior. Aproximadamente 5% dos casos de carcinoma urotelial acometem o trato urinário superior e apenas 1% destes casos representam o envolvimento do ureter pela neoplasia. O avanço da tecnologia e das técnicas endoscópicas têm possibilitado a realização de abordagens minimamente invasivas do trato urinário superior em detrimento da abordagem cirúrgica, tida até então como padrão ouro. Esse trabalho tem a intenção de relatar um caso de carcinoma urotelial em ureter tratado com técnica endoscópica e sua evolução pós procedimento, além de uma revisão sobre a frequência e as terapêuticas alternativas para o manejo de pacientes com esta apresentação clínica.

RELATO DE CASO

Homem de 76 anos encaminhado ao serviço de urologia de um hospital escola por hematúria macroscópica em decorrência de um tumor parcialmente obstrutivo na transição dos terços medial e inferior de ureter direito. Após confirmação por biópsia de um carcinoma urotelial papilar de baixo grau, sem invasão de lâmina própria, T1aN0M0, foi optado por submeter o paciente a um tratamento endoscópico com ureteroscopia flexível e ablação com Holmium:YAG (Ho:YAG). Três meses após procedimento, paciente realizou teste citológico de urina e nova tomografia, sem presença de atipias celulares ou sinais de progressão da doença. Paciente mantém acompanhamento com serviço de urologia e permanece livre de doença.

DISCUSSÃO

O advento e as melhorias das tecnologias vêm possibilitando, após olhar cuidadoso e individualizado, o emprego de técnicas endoscópicas minimamente invasivas para o tratamento de neoplasias do trato urinário superior. Entre as novas técnicas, a ablação com laser Ho:YAG destaca-se pela sua capacidade de evaporação, coagulação e ressecção do tumor, e pela segurança, uma vez que sua radiação afeta somente a superfície, otimizando a hemostasia e reduzindo o risco de perfuração. Não se pode afirmar, contudo, a substituição completa do tratamento cirúrgico deste tipo de neoplasia técnicas endoscópicas, uma vez que esta opção terapêutica é reservada para casos onde um estudo individual prévio mostre real benefício e menor chance de recidiva ao paciente.

Área

UROLOGIA

Instituições

Pucrs - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Maria Eduarda Deon Ceccato, Giullia Garibaldi Bertoncello, Nathan Leão Peixoto, Pedro Lucas De Paula, Maria Luiza Santos, Andrei Cardoso Centeno, Mauro Ghedini Costa, Jorge Antonio Pastro Noronha