Dados do Trabalho
TÍTULO
MANEJO TERAPEUTICO DO ILEO BILIAR
OBJETIVO
Analisar a enfermidade do íleo biliar, visando compreender o manejo terapêutico mais adequado e atual.
MÉTODO
Realizou-se uma revisão bibliográfica nas bases de dados: Lilacs, Scielo, Bireme e PubMed, utilizando os descritores “íleo biliar”, “tratamento”, “diagnóstico “e “cirurgia”. Foram incluídos artigos publicados entre 2009 e 2018.
RESULTADOS
O íleo biliar (IB) é uma complicação rara e grave da colelitíase. A etiologia é secundária à formação de uma fístula enterobiliar, frequente em pacientes com histórico de colecistite aguda ou de síndrome de Mirizzi. Essas geram aderências entre o trato biliar e o trato gastrointestinal (TGI), cursando com obstrução mecânica intestinal por cálculos biliares de pelo menos 2,5 cm de diâmetro. A região íleo distal é o local mais comum da impactação. Manifesta-se com a sintomatologia de abdome obstrutivo agudo, que dificulta o diagnóstico precoce de IB. Geralmente, afeta mulheres e idosos com comorbidades múltiplas, apresentando mortalidade estimada de 4,5 a 25%. Logo, um eficiente manejo terapêutico inicial é imprescindível para diminuir essa taxa.
A investigação por imagem inicia-se pela rotina de abdome agudo. Deve-se buscar a presença de dois sinais da tríade de Rigles para definir o diagnóstico. A presença de pneumobilia leva a suspeita de fístula e obstrução, sendo uma hipótese de IB.
O tratamento do IB é cirúrgico, porém controverso quanto à extensão e ao momento de indicação cirúrgica. Existem três condutas: enterolitotomia exclusiva ou deslocamento do cálculo para o cólon com ou sem fragmentação; cirurgia em duas etapas, inicialmente a enterolitotomia seguida de colecistectomia e fechamento da fístula três a quatro semanas depois; e cirurgia em etapa única. Essa, por sua vez, por apresentar alta taxa de mortalidade é realizada em pacientes críticos. Em casos estáveis, efetua-se a fistulectomia e a colecistectomia para evitar colangite recorrente e câncer de vesícula biliar (VB), incidente em 15% desses pacientes.
A enterolitotomia possui uma taxa de recorrência é de 5% e é relatada em 6 meses. Assim, se houver suspeita de múltiplos cálculos, que ocorre em 25% dos casos, recomenda-se o uso de ultrassom intra-operatório ou palpação da VB.
Além da cirurgia aberta, outras abordagens têm sido aplicadas, como cirurgia laparoscópica e litotripsia. Em relação ao método aberto tradicional, o endoscópico facilita a remoção de cálculos extracorpóreos e fornece menor trauma cirúrgico. Ademais, a litotripsia mecânica é uma alternativa para pacientes que não são candidatos ao tratamento cirúrgico.
CONCLUSÕES
A partir dos estudos analisados, pode-se inferir que, embora não haja um consenso sobre o tratamento definitivo, a enterolitotomia isolada é a melhor intervenção em pacientes com risco operatório elevado. Contudo, o momento para realizar a colecistectomia e a reparação da fístula bilioentérica ainda é controverso. Nos demais casos, a cirurgia em dois tempos é definida como a abordagem terapêutica mais eficaz.
Área
INTESTINO DELGADO
Instituições
UNICEPLAC - Distrito Federal - Brasil
Autores
Ana Carolina Hatsuia Ferreira, Ana Carolina Buta Pereira, Ana Lídia Gomes Santoro, Ana Luiza Lima Gonçalves, Carolina Ribeiro de Castro, Isabella Silva Costa, Maria Luiza Santos Suassuna, Sergio Hitoshi Miyazaki