Dados do Trabalho


TÍTULO

USO DO RETALHO MIOCUTANEO TRANSVERSO DO RETO-ABDOMINAL EM RECONSTRUÇAO MAMARIA: RELATO DE CASO.

INTRODUÇÃO

O câncer de mama é a neoplasia mais comumente diagnosticada nas mulheres, sendo a segunda principal causa de morte por câncer no sexo feminino. O tratamento cirúrgico através da mastectomia continua sendo a principal opção terapêutica, e uma das formas de tratamento mais eficazes para a doença. Em termos de impacto psicossocial, a reconstrução mamária dá uma maior sensação de auto-estima, restaurando o volume perdido e assegurando simetria com a mama contralateral. Entre as opções disponíveis para a reconstrução mamária, o retalho miocutâneo transverso do reto abdominal (TRAM) foi a alternativa mais adequada para o caso em questão.

RELATO DE CASO

Paciente 33 anos, sem comorbidades clínicas, foi submetida à mastectomia radical modificada em mama direita há 4 anos e desejava agora a reconstrução mamária. Em virtude das queixas e características da paciente (alta e com tórax largo, mamas média/grande, liposubstituídas e sem querer usar prótese) optamos pela reconstrução com o retalho miocutâneo transverso do abdome monopediculado (reto abdominal unilateral), associado com a suspensão mamária contralateral. Paciente evoluiu bem, sem intercorrências e tendo alta no 2º dia de pós-operatório.

DISCUSSÃO

No Brasil, as técnicas de reconstrução mamária mais comumente empregadas são: o retalho TRAM e o retalho do músculo grande dorsal (RGD). Entre as opções, o melhor escore estético foi alcançado com a reconstrução TRAM. O retalho TRAM, descrito por Holstrom em 1978 foi mais tarde popularizado por Hartrampf que defendia que a pele e o tecido adiposo da região abdominal inferior poderiam ser utilizadas na reconstrução mamária após mastectomia. Anatomicamente, a parede abdominal é vascularizada pela artéria epigástrica superior, epigástrica inferior, epigástrica superficial, ramos segmentares intercostais e ainda por ramos das artérias ilíacas superficiais e profundas. A versão pediculada está dependente da artéria epigástrica superior. Devido à sua rica perfusão e à constância de padrão vascular, é um procedimento reconstrutivo pediculado excelente e seguro para grandes defeitos do tórax. O retalho TRAM fornece um volume de tecido que é similar em consistência ao parênquima mamário, além de deixar o contorno da mama mais semelhante ao fisiológico. O retalho TRAM consiste no desenho de uma ilha cutânea de eixo maior transversal na parte inferior da parede abdominal, incluindo a região periumbilical. Os retalhos unipediculados são utilizados com maior frequência, estando associados a um número inferior de complicações e sequelas abdominais quando comparados com os retalhos bipediculados. Reconstruir a mama possibilita à mulher mastectomizada ou com indicação de mastectomia incorporar ao tratamento do câncer de mama conceitos de qualidade de vida, com preservação da autoimagem e, consequentemente, um processo de reabilitação menos traumático, trazendo benefícios físicos, psicológicos e sociais.

Área

CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)

Instituições

Centro Universitário Tiradentes - UNIT - Alagoas - Brasil

Autores

Alyne Suellen Silva Pedrosa, Isis Holanda Pinheiro Vilela, Danielle Karla Alves Feitosa, Rodrigo Carvalho de Oliveira Macedo, Victor Machado Guimarães Santos, Artur de Holanda Paes Pinto