Dados do Trabalho
TÍTULO
PANCREAS ECTOPICO: UM RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
A ectopia de pâncreas é definida como uma anomalia congênita rara caracterizada pelo desenvolvimento de tecido pancreático fora da localização normal do pâncreas. Esta patologia pode ocorrer em qualquer local a partir da extremidade distal do esôfago até o cólon no trato gastrointestinal, porém é mais frequente ao nível do estômago, duodeno e jejuno. O pâncreas ectópico tem curso assintomático, mas pode tornar-se clinicamente evidente quando ocorrem complicações como: inflamação, hemorragia e obstrução.
RELATO DE CASO
Mulher, 33 anos, dirigiu-se ao ambulatório de gastroenterologia do Hospital da Clíncas de Passo Fundo referindo epigastralgia e constipação onde a foi solicitada uma endoscopia digestiva alta (EDA). Retornou após realização de exame referindo pirose, dor difusa e sensação de estufamento pós prandial, sob acompanhamento por nódulo gástrico. A EDA evidenciou esofagite leve, hérnia hiatal e lesão nodular parietal em pequena curvatura do corpo gástrico, com aspecto de lesão mesenquimal de submucosa. Foi solicitado Tomografia Computadorizada (TC) de abdômen total a qual evidenciou formação nodular parietal na pequena curvatura do corpo gástrico medindo cerca de 1,7x1,2 cm, de etiologia indeterminada, sem sinais de extensão além da serosa gástrica, sugerindo a possibilidade de lesão proliferativa. A paciente foi hospitalizada para ressecção da lesão devido a suspeita inicial tratar-se de um Tumor Estromal Gastrointestinal (GIST). A peça cirúrgica da gastrectomia parcial evidenciou lesão nodular medindo 2,2x2 cm, localizada na parede gástrica. O exame histopatológico concluiu que se tratava de pâncreas ectópico. A paciente seguiu sem intercorrências no pós-operatório imediato e segue assintomática até o momento.
DISCUSSÃO
O pâncreas ectópico é uma patologia rara com uma incidência reportada de 0,5%-15% em autópsias e de 1/500 nas cirurgias abdominais, com uma relação entre homens e mulheres de 3:1. O diagnóstico pré operatorio é dificil pela lesão se localizar na submucosa o que torna dificultoso o acesso da biopsia por via endoscópica. Ademais, os exames de imagem não são efetivos na diferenciação de lesões benignas com a principal neoplasia maligna de submucosa gástrica, o GIST. A disseminação desses achados possibilita um maior conhecimento a cerca dessa rara patologia além de auxilar os médicos na escolha de condutas terapêuticas e métodos de diagnóstico adequados.
Área
VIAS BILIARES E PÂNCREAS
Instituições
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PASSO FUNDO - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
ESTEVAO RAMON CHICHELERO, FRANCISCO DA SILVA, MANOELA BATISTA GARCIA, LUIZA RIBEIRO, DANIELA Schwingel, ROBSON Rottenfusser, RODRIGO LATUADA DE OLIVEIRA