Dados do Trabalho


TÍTULO

GASTRECTOMIA SEGMENTAR CONVENCIONAL COMO TRATAMENTO DE GIST VOLUMOSO

INTRODUÇÃO

Os tumores de estroma gastrointestinal (GIST) representam as neoplasias mesenquimais mais frequentes do trato digestivo. Os principais sintomas são hemorragia, dor ou desconforto abdominal e massa palpável. O diagnóstico é baseado no quadro clínico, métodos de imagem, análise anatomopatológica após ressecção cirúrgica e, principalmente, imunoistoquímica e análise de marcadores tumorais, auxiliando na diferenciação de seu comportamento benigno ou maligno.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo masculino, 74 anos, com início de melena associada a dois episódios isolados de hematêmese. Apresentava também hiporexia e perda ponderal de cerca de seis quilos em três meses, além de massa palpável de consistência endurecida e indolor, de grande volume, em região de hipocôndrio esquerdo. Realizou Tomografia Computadorizada de Abdome, que evidenciou volumosa lesão expansiva sólida-cística abdominal de aproximadamente 16,7 x 15,9 x 16,4cm, com septos espessos e realce ao meio de contraste, sem plano de clivagem com corpo gástrico e cauda do pâncreas, com volume estimado em 2079 mL. Indicou-se abordagem cirúrgica com achado de lesão intramural de corpo gástrico e parede posterior de aproximadamente 10 cm sem sinais de implantes secundários. Realizou-se secção da lesão no estômago em cunha em região de parede posterior de corpo gástrico com ráfia primária. Evoluiu com evisceração no pós-operatório (PO), sendo reabordado para nova sutura aponeurótica, sem complicações gástricas. Recebeu alta hospitalar no 9º PO com boa aceitação de dieta oral. A análise histopatológica evidenciou neoplasia de células fusiformes, com achados morfológicos suspeitos para GIST e margem cirúrgica livre de neoplasia. Posteriormente, a imunoistoquímica da lesão confirmou a hipótese, indicando-se tratamento adjuvante com mesilato de Imatinibe. Durante acompanhamento ambulatorial, o paciente apresenta-se clinicamente bem, assintomático, sem sinais de recidiva da doença.

DISCUSSÃO

Considerada rara, essa neoplasia pode ser encontrada ao longo de todo o trato gastrointestinal, porém, em mais da metade dos casos, situa-se no estômago. Inicialmente assintomática, até 70% dos pacientes podem desenvolver algum tipo de sintomatologia, dependendo da localização e do tamanho do tumor. Geralmente, a massa tumoral só é palpável quando atinge dimensões superiores a 4 cm e o tamanho da lesão é considerada fator prognóstico, assim como o índice mitótico. A ressecção cirúrgica com margens livres se faz necessária para correta avaliação de seu potencial de malignidade e tratamento curativo.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

HOSPITAL GERAL WALDEMAR DE ALCÂNTARA - Ceará - Brasil

Autores

RAIMUNDO RODRYGO DE SOUSA NOGUEIRA LEITE, JOÃO MARCELO MATOS PEREIRA DE OLIVEIRA, MARCELLO DOS SANTOS MOTA, DIOGO AGRIPINO DE MEDEIROS, MATEUS FERNANDEZ PIMENTEL GOMES LUZ, WILLER EVERTON FEITOSA MENEZES, JESSICA GURGEL SANTOS, ANA BEATRIZ FERNADES SOBREIRA