TÍTULO

TRATAMENTO CIRURGICO DA DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFAGICO: ANALISE DOS ULTIMOS 10 ANOS

OBJETIVO

Analisar na literatura os índices de tratamento da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), com ênfase nos aspectos cirúrgicos, visto que esta é uma importante opção de tratamento para DRGE.

MÉTODO

Estudo observacional descritivo, com base nos dados do Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS) entre janeiro de 2008 a novembro de 2018, associado a revisão de literatura nas bases de dados PubMed, MedLine e SCIELO.

RESULTADOS

A doença por refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma entidade relativamente recente que vem se tornando frequente na prática clínica, haja vista que responde por 75% das doenças de esôfago. Nesses últimos 10 anos foram realizados 14.278 procedimentos cirúrgicos, dentre os quais 146 resultaram em óbitos, representando 1,022% dos casos. Em relação ao número total de procedimentos, 10.718 casos tiveram caráter eletivo, com 37 óbitos (0,34%), enquanto que apenas 3.560 casos apresentaram condição de urgência, havendo 109 óbitos (3,06%). A região com mais procedimentos realizados foi a sudeste com 6.697 casos, o que retrata 46,9% dos casos, em contrapartida a região norte foi a que apontou menos procedimentos com apenas 352 casos, ou seja, apenas 2,46% do total de procedimentos. O tratamento cirúrgico da doença do refluxo gastroesofágico está indicado para pacientes com doença crônica, sem resposta, resposta parcial, ou dependentes de tratamento medicamentoso, ou ainda, quando houver recorrência dos sintomas com a descontinuação das medicações, associada ou não a complicações.

CONCLUSÕES

O tratamento farmacológico da DRGE já alcançou grandes avanços, a inibição da secreção ácida seguramente trata as consequências do refluxo ácido. Porém, nenhuma droga usada atualmente é eficiente para tratar o mecanismo primário da DRGE, portanto o tratamento cirúrgico apresenta-se como o mais satisfatório. A partir dos dados colhidos é possível constatar a taxa de óbito mínima, mesmo em casos realizados em caráter de urgência. À vista disso, a realização da cirurgia com a finalidade do tratamento da DRGE é um instrumento válido, eficaz e relativamente seguro. Quanto ao fato de haver grande desproporcionalidade entre regiões, provavelmente esse seja o efeito de um serviço de saúde desigual, onde algumas regiões contemplam mais acessos a exames, tratamentos e notificações dos casos do que outras, associado aos diferentes hábitos de vida.