Dados do Trabalho


TÍTULO

DUODENOPANCREATECTOMIA E SUA TAXA DE MORTALIDADE: UM COMPARATIVO DOS ULTIMOS 10 ANOS NAS REGIOES BRASILEIRAS

OBJETIVO

Comparar as taxas de mortalidade por ano na duodenopancreatectomia, avaliando o número de internações e óbitos entre as regiões brasileiras nos últimos 10 anos, visto que este é o único tratamento com possibilidade de cura para tumores da região peri-ampular.

MÉTODO

Estudo ecológico retrospectivo, com base nos dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) onde foram incluídos os pacientes submetidos a duodenopancreatectomia e sua taxa de mortalidade, no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2018, associado a revisão de literatura nas bases de dados PubMed, LILACS e SciELO. 

RESULTADOS

Adenocarcinoma ductal da cabeça do pâncreas é a quarta causa de morte por câncer no mundo e a ressecção cirúrgica através da duodenopancreatectomia (DP) é a única com potencial de cura. A DP é uma ressecção da cabeça do pâncreas e de todo o duodeno, conjuntamente com estruturas anatômicas adjacentes e/ou cujo fluxo sanguíneo é afetado pelo procedimento. Comumente, são também ressecados os segmentos intra-pancreático e supraduodenal do ducto colédoco e a vesícula biliar; o antro gástrico pode ser ressecado ou preservado, dependendo da técnica adotada. De acordo com o SIH/SUS, de Janeiro de 2009 a Dezembro de 2018 acorreram 4.854 internações no Brasil para o procedimento de duodenopancreatectomia em oncologia. Destas, 737 (15,18%) sucederam com óbito. Em 2009 foram realizadas 448 cirurgias, apresentando taxa de mortalidade de 16,74%, com prevalência da Região Norte abrangendo 25% dos óbitos. Em 2010, 17,52%, das 411 operações, culminaram em mortes, e a Região Centro-Oeste dominou com 27,03%. O menor número de cirurgias, desses 10 anos analisados, ocorreu em 2011 com 374, houve 62 mortes (16,58%), predominando na Região Norte com 61,54%. Em 2012, a Região Norte permaneceu com a supremacia, com 44,44% dos 61 óbitos de 381 operações. A Região Sul apresentou uma taxa de mortalidade de 20,54% dos 72 óbitos ocorridos com os 469 procedimentos em 2013. O ano de 2014 teve a menor taxa de mortalidade de 11,35% dominada pela Região Norte (23,81%). Em 2015, realizaram-se 530 cirurgias, das quais 79 foram óbitos, com 35,71% na Região Norte. Dos 77 óbitos em 2016, 28,83% foi na Região Sul. Houve 563 operações em 2017, com taxa de mortalidade 16,34% e dominância mais uma vez da Região Norte (38,46%). Por fim, em 2018, a prevalência da mesma região anterior foi com 28,21% dos 89 óbitos.

CONCLUSÕES

Com o presente estudo, foi notória a predominância da Região Norte brasileira nas taxas de mortalidade em relação à DP, apesar do seu menor número de cirurgias durante esses 10 anos. Reduzir a morbidade e mortalidade relacionadas à operação é imperativo e uma importante característica de uma cirurgia padrão de alta qualidade. Sendo assim, o bom domínio da técnica e os cuidados peri-operatórios são fundamentais.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Centro Universitário Tiradentes - Alagoas - Brasil

Autores

MAÍRA RODRIGUES TEIXEIRA CAVALCANTE, INGRID RAMALHO DANTAS DE CASTRO, MARCUS VINÍCIUS QUIRINO FERREIRA, MARILIA REBECCA FERREIRA RODRIGUES, INGRID BOTELHO RIBEIRO