Dados do Trabalho


TÍTULO

FÍSTULAS BILIODUODENAL E BILIOCOLÔNICA

INTRODUÇÃO

As fistulas biliares, apesar de serem raras, são uma complicação de uma patologia comum na realidade médica, a litíase biliar. Além disso, podem resultar em situações que põem em risco a vida do paciente, portanto, são essenciais como objeto de estudo. As fistulas biliares internas espontâneas consistem em uma comunicação anômala que se estabelece entre qualquer segmento da árvore biliar e órgãos abdominais, como será melhor descrito adiante.

RELATO DE CASO

A.F.N., sexo masculino, 51 anos, com história de dor em hipocôndrio direito, há 7 horas associado a náuseas e plenitude gástrica. Foi realizada uma ultrassonografia de abdome total cujo resultado mostrou achados compatíveis com colecistopatia calculosa. A tomografia de abdome total, por sua vez, mostrou colelitíase com sinais de processo inflamatório agudo. Em seguida, em avaliação cirúrgica, indicou-se a colecistectomia videolaparoscopia realizada pelo Dr. Wandeberg Albuquerque no Hospital Municipal Santa Isabel, João Pessoa- PB, referência para essas patologias. O procedimento foi realizado 4 portais e, no intraoperatório, foram encontradas duas fistulas bilioentéricas, uma para o duodeno e outra para o cólon transverso. Assim, foi realizada dissecação das aderências inflamatórias, colecistectomia e sutura das fistulas com fio de poliglecaprone 3-0 por via laparoscópica. O paciente evoluiu bem, tendo alta no 3º dia de pós operatório, sem queixas, sem sinais de colestase, em dieta branda e eliminações fisiológicas.

DISCUSSÃO

Na colecistite aguda há inflamação dos tecidos próximos à vesícula biliar, resultando em isquemia, necrose e, por fim, perfuração da vesícula para algum órgão oco adjacente ou peritônio. Com isso, forma-se as fistulas por onde pode ocorrer migração de cálculos, podendo causar uma síndrome obstrutiva. No caso relatado foram encontradas duas fistulas biliares, uma bilioduodenal e outra biliocolônica, sendo a primeira mais comum com 68% dos casos e a segunda com 5 a 25% dos casos. A principal etiologia das fistulas biliodigestivas é a colelitíase recorrente, outras causas são úlcera duodenal e infiltração neoplásica. A identificação das fístulas biliodigestiva é comumente atrasada devido ao quadro clinico inespecífico, levando a um aumento da morbimortalidade. Por isso, como aconteceu no caso exposto, a maioria dos diagnósticos acontecem no intraoperatório Os sinais diagnósticos que podem ser identificados incluem a tríade de Rigler (intestino delgado distendido, pneumobilia e colédoco ectópico calcificado) presente em 1/3 dos casos de íleo biliar ou achados específicos da colangioressonância. A maioria das fístulas bilioduodenais e biliocolônicas são manejadas através de colecistectomia videolaparoscópica, como foi no caso apresentado. O tratamento cirúrgico consiste principalmente na dissecação das aderências inflamatórias, colecistectomia e sutura das fístulas e, se necessário, exploração das vias biliares.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Unipê - Paraíba - Brasil

Autores

Marinna Karla Cunha Lima Viana, Vanessa Araújo Alves, Gabriella Bento Morais, João Vitor Cunha Lima Viana