Dados do Trabalho


TÍTULO

MELANOMA PAROTÍDEO DE SITIO PRIMÁRIO DESCONHECIDO - UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O melanoma maligno (MM) constitui 15% de todas as neoplasias malignas, e 20% do MM ocorre na região da cabeça e pescoço. Em alguns casos não é possível identificar o sítio primário desta neoplasia. (Jeffrey et al., 2016)
Este raramente afeta a parótida e seu diagnóstico anuncia uma busca por uma neoplasia primária da pele. Acredita-se que o MM da parótida seja de origem metastática sendo a maioria desses advindos de cânceres cutâneos da face superior e do couro cabeludo. Ocasionalmente o sítio primário do tumor pode nunca ser identificado. (Bahar et al., 1990)
Este trabalho tem o objetivo de apresentar um caso de Melanoma Primário de Sítio Desconhecido (MPSD), levantando a discussão acerca da necessidade de investigação clínica completa do paciente em busca do sítio primário, do tratamento e do prognóstico destes casos.

RELATO DE CASO

Paciente G.A.A., masculino, 72 anos, apresentou-se referindo presença de nódulo parotídeo com crescimento em 6 meses, sem dor, perda ponderal ou repercussões locais como paralisia facial. Ao exame físico nódulo na projeção da parótida direita, fixo à parótida, móvel em relação a pele, com aproximadamente 2,5cm em seu maior diâmetro, não doloroso à mobilização da pele e de consistência pétrea, ausência de linfonodos cervicais, axilares ou inguinais. A Ultrassonografia de parótida direita evidenciou parótida de dimensões normais, com nódulo heterogêneo de contornos levemente lobulados, medindo cerca de 2,2x2x1,5 cm em seus maiores diâmetros, sem sinais de vascularização, sugerindo cisto parotideo ou nodulação de outra natureza com áreas de liquefação/necrose. A tomografia computadorizada (TC) do pescoço evidenciou glândula parótida direita parcialmente lipossubstituída, com formação nodular bem delimitada na sua porção superficial, medindo 2x1,6x2x3. Os achados levam a hipótese de lesão expansiva neoplásica. Realizado imprint para citopatológico de paratireoide demonstrando malignidade compatível com neoplasia de células redondas. Após avaliação de exames complementares optou-se por abordagem cirúrgica parotidectomia superficial direita. Realizada radioterapia adjuvante. O exame histopatológico demonstrou neoplasia maligna indiferenciada com áreas de pigmentação a esclarecer. A imunohistoquímica o diagnóstico de melanoma metastático.

DISCUSSÃO

A origem de um melanoma de parótida é um ponto discutível, já que qualquer melanoma de parótida obriga o médico a investigar as manifestações dermatológicas e não dermatológicas. Por isso é importante reconhecer os principais sítios deste tumor. O melanoma de parótida poderia surgir, principalmente, de um tumor de cabeça e pescoço que evoluiu com metástase para a parótica ou de um melanoma de parótida primária. (Woodwards et al., 1993). Diante deste panorama, após a realização de exames complementares como TC, cintilografia óssea e PET-CT, não se evidenciou nenhum foco primário, fechando o diagnóstico de metástase de sítio desconhecido.

Área

CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO

Instituições

ITPAC PORTO NACIONAL - Tocantins - Brasil

Autores

BRUNA HANAUER, LETÍCIA PATRÍCIO LEÃO, REGINALDO MAIA JÚNIOR , EDUARDO BERNARDO CHAVES NETO