Dados do Trabalho


TÍTULO

TRATAMENTO CONSERVADOR DE ULCERA PEPTICA PERFURADA: RELATO DE CASO COM QUATRO DIAS DE INTERNAÇAO

INTRODUÇÃO

As complicações mais comuns de doença péptica ulcerosa são sangramento, perfuração e obstrução gástrica. Como principais fatores de risco encontram-se o uso de AINES e a infecção pelo H.pylori. Após o inicio do uso de Inibidores de bomba de prótons (IBP), observou-se uma importante redução na taxa de hospitalizações por doença péptica ulcerosa em estudos comparando os anos de 1993 a 2006. Entretanto a taxa de mortalidade ainda é dez vezes maior do que a de apendicite ou colecistite aguda. A perfuração ulcerosa, complicação com maior taxa de mortalidade, tem incidência de 2 a 10%. Deve ser suspeitada com quadro súbito de dor abdominal difusa e severa que em poucas horas pode evoluir para peritonite avançada e choque cardiovascular. O diagnostico é clínico e deve ser realizado precocemente. O manejo inicial consiste em suspensão de dieta, reposição volêmica rigorosa, IBP em dose plena e antibióticos de largo espectro. A grande questão é decidir sobre a indicação ou não de tratamento cirúrgico. Peritonite, instabilidade hemodinâmica e piora clinica progressiva são indicações indiscutíveis para cirurgia de urgência. Caso o paciente esteja estável hemodinamicamente ou melhorando com o manejo clinico inicial, o tratamento conservador tem sido uma opção cada vez mais utilizada.

RELATO DE CASO

A.M.J.N, 48 anos, tabagista e etilista, admitido no serviço de cirurgia geral do Hospital Odilon Behrens no dia 20/08/2018, com quadro de dor abdominal intensa, pior em epigástrio, com 12 horas de evolução. Ao exame físico: estável hemodinamicamente, abdome doloroso difusamente, sem irritação peritoneal. Identificado pneumoperitoneo no RX. Diante da estabilidade clínica, paciente foi submetido a tratamento conservador para ulcera péptica perfurada. Evoluiu com melhora completa das queixas álgicas em 24 horas, liberada dieta no dia 22/08/2018, sem intercorrências. Teve alta hospitalar com manutenção de IBP por seis semanas, retorno ambulatorial e orientações no dia 23/08/2018.

DISCUSSÃO

Estudos vêm demonstrando que o tratamento conservador tem conseguido evitar procedimento cirúrgico em cerca de 50% dos pacientes e os maiores preditores de cirurgia encontrados foram o tamanho do pneumoperitoneo, distensão abdominal, frequência cardíaca >94bpm/min, dor ao toque retal e idade >60 anos. No caso acima, o tratamento conservador evitou um procedimento cirúrgico desnecessário e possibilitou uma desospitalização precoce.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

HOSPITAL MUNICIPAL ODILON BEHRENS - Minas Gerais - Brasil

Autores

GABRIELA CASSIA GOMES SILVA, BRUNO FREITAS BELEZIA, LUCAS VILLELA SANTOS, VITOR EUGENIO RIBEIRO, LUCAS MAGALHAES BARBOZA, PAULA SANNAZZARO OLIVEIRA ASSIS, LEANDRO PAULA GREGORIO, LUCAS BANTERLI VINHAS