Dados do Trabalho
TÍTULO
TRATAMENTO DE FISTULA VESICOVAGINAL POR VIA LAPAROSCOPICA.
INTRODUÇÃO
A fístula vesicovaginal (FVV) é uma comunicação anormal entre a bexiga e a vagina. Essa complicação é comumente secundária a trauma ginecológico ou obstétrico e é raro ocorrer como complicação de carcinoma. Classicamente, as mulheres com FVV, apresentam perda urinária contínua pela vagina e ausência de micção, tendo, então, forte impacto negativo na qualidade de vida. A correção cirúrgica é o tratamento padrão. Objetivou-se apresentar um vídeo com o tratamento de FVV, por via laparoscópica, em paciente jovem com vida sexual ativa após histerectomia, que teve tratamento conservador sem sucesso.
DESCRIÇÃO DO VÍDEO
Cateterismo do óstio uretral externo e da fístula com auxílio da colposcopia. Na cavidade abdominal, verificou-se aderências do grande omento com a parede, além de múltiplas aderências das alças intestinais com os anexos. As aderências foram liberadas e feita hemostasia. Próximo às alças intestinais e à bexiga, utilizou-se a hidrodissecção para evitar lesão dessas vísceras. A vagina aberta permitiu visualização de compressa que foi colocada por via vaginal para reduzir a perda de CO2 utilizado na laparoscopia. Posteriormente, foi vista a sonda de foley, introduzida por via vaginal no óstio da fístula. Realizada abertura longitudinal da bexiga para evitar lesão dos ureteres. Notou-se a sonda colocada e o balão é insuflado com 20ml de SF para melhorar a visualização. Foi visto o lábio da fístula, que foi reavivado antes da sutura para evitar deiscência. Óstio uretral interno e ureterais visualizados. Percebeu-se a saída da urina pelo óstio devido hidratação rigorosa, o que facilitou a cateterização dos ureteres, utilizando-se a sonda de nelaton. Continuou-se com a liberação da bexiga da parede vaginal, revendo o óstio uretral interno. Liberou-se a parede anterior da bexiga da base da vagina para que se tenha uma boa ressecção da borda da fístula e, assim, consiga-se uma sutura segura com boa vascularização, o que reduz o risco de deiscência. A sutura da parede vaginal e da bexiga foram feitas com fio 2.0 absorvível que se mostra facilitada pela laparoscopia. Após o fechamento dos ângulos, retirou-se a sonda de nelaton e foi iniciada a sutura longitudinal da bexiga. Realizou-se lavagem e foi feita revisão da hemostasia.
CONCLUSÃO
O tratamento para FVV exige o fechamento cirúrgico e, a via laparoscópica, possibilita reparo adequado e vantajoso para a paciente. A laparoscopia é um procedimento minimamente invasivo, tem boa hemostasia, curto tempo operatório, boa taxa de sucesso, baixa taxa de complicação e rápida convalescença.
Área
GINECOLOGIA
Instituições
Universidade Tiradentes - Sergipe - Brasil
Autores
Manuelli Antunes da Silva, Larissa Gonçalves Moreira , Durval José de Santana Neto, Luan Mateus Rodrigues Sousa, Maria Julia Nardelli, Renata Lima Batalha de Andrade , Sonia Oliveira Lima