Dados do Trabalho
TÍTULO
GLANDULA ADRENAL ECTOPICA EM SACO DE HERNIA INGUINAL
INTRODUÇÃO
Adrenal ectópica (AE) apresenta uma baixa prevalência. Baseado em autópsias, a incidência varia de 50% na população pediátrica a 1% em adultos. Normalmente, é não funcionante. As localizações mais frequente são plexo celíaco, ligamento largo, testículo e rim. Evidências demonstram apenas 9 casos reportados na literatura inglesa de adrenal ectópica em saco herniário, expondo predileção pelo lado direito e sexo masculino, sendo a grande maioria achado incidental. No entanto, quando identificada deve-se proceder à sua ressecção, dada a possibilidade de transformação maligna.
RELATO DE CASO
Paciente masculino, 38 anos, chega ao consultório médico com queixa de abaulamento e desconforto em região inguinal direita. Diagnóstico de hérnia inguinal firmado por exame físico. Submetido a hernioplastia inguinal à direita pela técnica de Lichtenstein. Procedimento sem intercorrências, recebendo alta hospital assintomático, com sinais estáveis e sem alterações em abdome e ferida operatória. Anatomopatológico, apresentado na consulta de retorno, evidenciou tecido adiposo maduro compatível com conteúdo de saco herniário, envolvendo lesão nodular de aspecto amarelo-ouro medindo 0,6x 0,3x 0,2cm, caracterizando presença de glândula adrenal acessória.
DISCUSSÃO
O tecido adrenal ectópico foi relatado pela primeira vez por Morgagni em 1740. Desde então, foi descrito em outros sítios como fígado, apêndice, testículo, ligamento redondo do útero, pulmão e cérebro. O paciente relatado, assim como na maioria dos casos, fez o diagnóstico como achado incidental, lado direito e gênero masculino. O risco de progressão maligna é raro, associado a tamanho maior que 5 cm, pleomorfismo e maior número de mitoses na imunohistoquimica. Dentre os exames de imagem, a ressonância magnética apresenta melhores resultados. Seu diagnóstico pré-operatório é muito difícil, visto que não há exames específicos. O tratamento de escolha é a ressecção cirúrgica devido à possibilidade de malignização, ainda que rara. O achado de adrenal ectópica em saco herniário apresenta-se com mínima descrição na literatura, portanto sua publicação demonstra-se imprescindível, a fim de mensurar seu perfil epidemiológico com incidência, quadro clinico e potencial de malignidade.
Área
MISCELÂNEA
Instituições
PUCRS - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Marcelo Lopes Dias Kolling, Jonathan Irigaray de Assumpção, Letícia Manoel Debon, Lorenzo Catucci Boza, Daniela Akemi Fujita, Antônio Hartmann, Plinio Carlos Bau