Dados do Trabalho


TÍTULO

TERAPÊUTICA MULTIMODAL DO CARCINOMA DA JUNÇÃO ESÔFAGO-GÁSTRICA

OBJETIVO

Objetiva-se analisar a importância de esclarecer as controvérsias existentes na classificação, estadiamento e tratamento destes carcinomas, com especial destaque para as diferentes opções terapêuticas. Esperamos, assim, melhorar a percepção do cirurgião do aparelho digestivo em relação à indicação cirúrgica nas patologias envolvidas.

MÉTODO

O presente trabalho caracteriza-se como uma revisão bibliográfica, realizada a partir de pesquisas em base de dados, artigos dos últimos cinco anos e livros-texto.

RESULTADOS

Para o planejamento multidisciplinar do tratamento dos carcinomas da JEG, é essencial considerar fatores determinantes na decisão como o estádio do tumor e o estado geral do doente. Apesar da ressecção cirúrgica ser a modalidade terapêutica com maior potencial de cura dos carcinomas da JEG, os resultados a longo prazo reportados em vários estudos não são satisfatórios. Cerca de 40% a 65% dos doentes desenvolvem recorrência loco-regional, o que nos aponta para as limitações da cirurgia como forma exclusiva de tratamento destes doentes. Nesse sentido, para melhorar o prognóstico nos doentes com tumores localmente avançados, outras estratégias têm sido avaliadas, em associação ao tratamento cirúrgico, de entre as quais se salientam a radioquimioterapia, tanto no pré-operatório como no pós-operatório. Nos doentes com carcinomas da JEG ressecáveis e aptos para cirurgia, a ressecção cirúrgica com linfadenectomia D2 ainda é a opção terapêutica considerada. Porém, em casos mais complicados, o aumento das taxas de sobrevida não é possível com apenas uma modalidade de tratamento, por isso, torna-se atrativa a idéia da quimioterapia perioperatória, pois melhora a liberação da droga no tumor e tecidos vizinhos através da circulação sanguínea e linfática intacta, possibilita a redução nas dimensões do tumor, tornando tumores irressecáveis em ressecáveis, diminui a contaminação da cavidade peritoneal e possibilita testes terapêuticos “in vivo” da medicação aplicada, permitindo ajuste do tratamento pós-operatório de acordo com a resposta individual. O primeiro estudo bem sucedido ficou conhecido como o “MAGIC trial” que randomizou 250 pacientes para o tratamento cirúrgico isolado e outros 250 para um tratamento multimodal. Na avaliação anatomopatológica, houve diminuição no tamanho dos tumores (3 cm vs. 5 cm), e a sobrevida em cinco anos foi 36% no grupo da quimioterapia e 23% no grupo da operação isolada. Esse estudo demonstrou que houve redução clinicamente significativa na recidiva tumoral e na mortalidade, apresentando-se como alternativa viável para o tratamento do câncer na JEG.

CONCLUSÕES

Os promissores avanços demonstram que outras medidas de tratamento podem melhorar o prognostico dessa doença. Essa decisão terapêutica deve ser tomada por equipe multidisciplinar, avaliando características pessoais do paciente, agressividade do tumor, possibilidade de doença residual, riscos cirúrgicos e a capacidade do paciente de tolerar tratamentos não isentos de efeitos colaterais.

Área

ESÔFAGO

Instituições

FAMENE - Paraíba - Brasil

Autores

Flora de Souza Brandão dos Reis, Luiza Pinheiro Mota, Beatriz Bastos Motta Barreto, Brenda Barbosa faustino, Lillian Torres Soares Pessoa, Lizandra Alves de Almeida Silva, Estephanye Vasconcelos Nunes de Farias, Thássia Rachel Brito de Figueiredo Almeida