TÍTULO

DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFERICA - RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP) é caracterizada por redução gradual do fluxo sanguíneo devido a processo oclusivo nos leitos arteriais dos membros inferiores, e tem como principal causa a aterosclerose. Alguns dos fatores de risco são idade avançada, tabagismo, diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial e hiperlipidemia. A progressão dos sintomas é lenta e as consequências podem ser relativamente benignas ou os sintomas podem evoluir para dor de repouso e ameaça ou real perda do membro afetado.

RELATO DE CASO

SJA, masculino, 66 anos, hipertenso, tabagista há 50 anos, nega DM. Queixa de dor intensa e constante em repouso no membro inferior esquerdo (MIE), que melhora com a deambulação, e cianose de quarto pododáctilo esquerdo há vinte dias. Refere história de endarterectomia de artéria femoral esquerda e by-pass fêmoro-poplíteo proximal há dois anos. Ao exame físico de MIE pulso femoral hiperpulsátil, poplíteo e distais ausentes, presença de pulso apenas no terço proximal do enxerto. Foi realizada arteriografia de MIE, em que evidenciou-se enxerto venoso pérvio, sem estenoses, anastomose com artéria poplítea de aspecto regular; artéria poplítea ocluída em segmento supra-patelar após anastomose distal do enxerto, segmentos a jusante com paredes regulares; tronco tíbio-fibular de aspecto preservado; artéria tibial anterior ocluída em terço proximal; artéria tibial posterior opacificada em terço médio; artéria fibular com curta oclusão segmentar em terço proximal; artéria pediosa com oclusão segmentar; artérias plantares pérvias; arco plantar completo. Então, optou-se por realizar angioplastia com balão seguido do implante de stent seletivo de artéria poplítea supra-patelar esquerda. Paciente evoluiu com melhora da dor e presença de pulso poplíteo.

DISCUSSÃO

Para o diagnóstico de DAOP ser realizado, deve-se investigar sinais clínicos sugestivos como a ausência de pulsos periféricos, frêmitos arteriais e alterações de pele no membro afetado. Deve haver prevenção de eventos isquêmicos sistêmicos secundários, com controle e tratamento dos fatores de risco a partir da interrupção do tabagismo, do controle dos níveis séricos de lipídeos e da prática de atividades físicas. A interrupção do tabagismo é uma das medidas mais importantes e, como não foi feita pelo paciente, apesar de ter sido orientado, houve a progressão da doença aterosclerótica, que é uma importante causa da recorrência de sintomas isquêmicos nos membros inferiores; por isso o acompanhamento desses pacientes é importante. A fim de localizar a oclusão e escolher o melhor local para a intervenção cirúrgica, pode-se optar por realizar ecodoppler, arteriografia, angiorressonância ou angiotomografia computadorizada. O método de intervenção escolhido foi a angioplastia com balão seguido da implantação de stent seletivo, pois a colocação apenas de balão não gerou a regressão da lesão, obtendo-se a resolutividade desejada somente quando o stent seletivo foi colocado.