Dados do Trabalho


TÍTULO

LESAO ESPLENICA APOS QUEDA DE PROPRIA ALTURA EM PACIENTE COM ESPLEMEGALIA POR MALARIA

INTRODUÇÃO

As lesões esplênicas são consideradas urgências frequentemente comuns e que, muito comumente, requerem intervenção cirúrgica. Lesão traumática do órgão por contato físico direto de baixa energia, em pacientes com esplenomegalia, é sabidamente relatado na literatura. A organomegalia torna o baço frágil ao contato direto e desprotegido do arcabouço torácico que normalmente o protege, o que facilita sua lesão. Atualmente, em razão da necessidade de seguimento por exames laboratoriais seriados e de imagem, a conduta cirúrgica ainda predomina sobre o manejo conservador das lesões esplênicas.

RELATO DE CASO

N.A.P, 18 anos, masculino, deu entrada no Pronto atendimento Airton Rocha (PAAR), no dia 27 de julho, com queixa de dor abdominal há 24 horas, iniciada após queda de própria altura. Afirma piora progressiva da dor nas horas que se seguira a admissão. Relata ainda, história de febre há 3 dias da internação hospitalar quando teve diagnóstico prévio de malária (SIC). Nega quaisquer comorbidades. Nega ocorrência de cirurgias prévias. Ao exame: Regular estado geral, afebril, acianótico e anictérico,
hipocorado 2+/4+, levemente taquipneico em ar ambiente, Frequência cardíaca 108 batimentos por minuto, Pressão arterial 100 x 60 mHg. Exame físico abdominal: Abdome semigloboso, algo distendido, Ruídos hidroaéreos (RHA) presentes, Macicez à percussão do espaço de Traube, à palpação, esplenomegalia de grande monte e que se estendia até a linha média
abdominal, em direção à Fossa ilíaca direita. Fígado palpável logo abaixo do Rebordo costal direito. Levantada a hipótese diagnostica de trauma esplênico contuso, procedeu-se a propedêutica laboratorial complementar. Hemoglobina
7,3 g/dL; Hematócrito 27%; Realizado FAST, que evidenciou presença de liquido livre em recesso esplenorrenal, tornando o diagnóstico de lesão esplênica contusa bastante palpável. Então, optou-se pela realização do procedimento cirúrgico de laparotomia explorada com esplenectomia total um dia após a admissão hospitalar, devido ao risco do paciente evoluir com
choque hipovolêmico, sendo realizado sem intercorrências.

DISCUSSÃO

Trata-se de um caso de ruptura esplênica por trauma abdominal fechado, em paciente com esplenomegalia. Na maioria das vezes, casos como este são diagnosticados como ruptura espontânea. Este é um dado importante, visto que a região do Brasil tem alta prevalência de casos de malária. A literatura descreve que os dados mais importantes para o diagnóstico são: relato de contusão traumático do tórax e/ou abdome do lado esquerdo, alto índice de suspeição clínica, tomografia computadorizada, lavado peritoneal diagnóstico revelando sangramento intraperitoneal e hematócrito seriado revelando queda progressiva dos índices hematimétricos. A clínica do paciente, normalmente, revela-se por: Dor em quadrante superior esquerdo e massa abdominal palpável na mesma região. Sinal de Kehr pode estar presente, que se dá devido à estimulação do nervo frênico pelo contato com sangue próximo ao diafragma.

Área

TRAUMA

Instituições

Hospital Geral de Roraima - Roraima - Brasil

Autores

Levindo Alves De Oliveira, Kyldery Wendell Moura Cavalcante, Givaggo Henrique Rodrigues da Silva, Marcello Santos da Silva, Daniel do Nascimento Araújo, Pedro Gomes Lins de Carvalho, Hikaro Vinicius Galvão Dantas, Rafaela Xaud Rodrigues