Dados do Trabalho
TÍTULO
MODELO ALTERNATIVO DE METÁSTASE ÓSSEA NO CÂNCER COLORRETAL
OBJETIVO
O câncer colorretal tem seu curso natural bem descrito e possui terapêutica eficaz quando instituída precocemente. Em contrapartida, a sua ainda alta taxa de mortalidade se deve à busca por auxílio médico em fases avançadas da doença, sendo que 10% a 15% se apresenta com metástases. A incidência global de metástases ósseas em portadores de câncer colorretal é de 5,5%, sendo 17,5% em estágio 3 e 73% em estágio 4. Indicador de mau prognóstico, portadores de metástases ósseas apresentam sobrevida média menor do que 10 meses e o tratamento se baseia na radioterapia. São poucos os modelos de metástases ósseas advindas de câncer colorretal, sendo que especificamente para calota craniana, pela dificuldade em ser proposta radioterapia, modelos de estudos para novas terapêuticas se fazem necessários. Dessa forma, o objetivo desse estudo é desenvolver modelo animal de metástase óssea de adenocarcinoma colorretal com vistas a desenvolvimento de biomarcadores e ou novas modalidades terapêuticas.
MÉTODO
Após cultura de adenocarcinoma humano/HT-29 foi realizado xenotransplante em calota craniana em camundongos atímicos. Após 30 dias, realizou-se estudo anatomopatológico (HE) para a caracterização da metástase óssea em animais de ambos os sexos.
RESULTADOS
Houve crescimento de massa em região craniana, com fixação na calota e de caráter infiltrativo no osso. Observou-se processo inflamatório com áreas hiperemiadas, áreas de necrose e intenso processo de vascularização; notou-se ainda tecido branco homogêneo, levemente lobulado, com aspecto em “carne de peixe”, achados esses típicos do adenocarcinoma colorretal. Microscopicamente observou-se aglomerados de células neoplásicas com núcleos hipercromáticos, nucléolos proeminentes e citoplasma abundante, consistente com a carcinoma colorretal metastático. Houve diferença quanto ao desenvolvimento tumoral nos diferentes sexos. Em machos os tumores cresceram mais e com maior velocidade. Literatura da área demonstra que os estrogênios exercem efeito antitumoral pela sinalização mediada pelos receptores de estrogênio (ERs). O ERβ atua como regulador dominante, induzindo redução na expressão gênica mediada pelo ERα com consequente efeito negativo na proliferação celular. A diminuição da quantidade de receptores ERβ está associada com aumento de 54% no risco de morte específica por câncer colorretal e uma pior sobrevida. Portanto, a sinalização mediada por estrogênio exerce papel protetor no câncer colorretal. A maior compreensão deste evento poderá fornecer opções adicionais para a profilaxia e terapêutica destes tumores.
CONCLUSÕES
Foi possível desenvolver modelo animal de metástase óssea de carcinoma colorretal com vistas a desenvolvimento de biomarcadores e ou novas modalidades terapêuticas.
Área
EXPERIMENTAL / PESQUISA BÁSICA
Instituições
Universidade São Francisco - São Paulo - Brasil
Autores
Giovanna Sanches De Laurentis, Giulia Carli Mendes, Maycon Giovani Santana, Marina Zecchini Lopes, Ana Carolina dos Santos Rennó, Eduardo Felipe Kim Goto, Denise Gonçalves Priolli