Dados do Trabalho
TÍTULO
LINFOMA RENAL : CANCER RENAL COMO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
INTRODUÇÃO
Os linfomas são tumores malignos caracterizados pela proliferação de células do tecido linfóide. Quando estão localizados no rim, geralmente são decorrentes à invasão secundária, com formas primárias sendo raras. Clinicamente são indistinguíveis de qualquer outro tumor renal, não sendo possível diferenciá-los por meio de exames de imagem, portanto, seu diagnóstico é anatomopatológico. O linfoma marginal renal é um tipo de neoplasia de células B de evolução indolente. Tem por característica a esplenomegalia, moderada linfocitose com morfologia vilosa e padrão intrasinusoidal de envolvimento de vários órgãos, especialmente medula óssea. A maioria dos pacientes é assintomática ao diagnóstico e pode não requer tratamento por anos. Este estudo objetiva relatar um caso de tumor renal primário em paciente com idade avançada, ressaltando a importância do diagnóstico precoce.
RELATO DE CASO
Paciente de 79 anos, do sexo feminino, com história de febre de origem desconhecida há cerca de 3 meses. Durante investigação exames complementares houve identificação em Tomografia de abdômen lesão renal esquerda exofítica com cerca de 2 cm polo superior.
Proposta nefrectomia polar / parcial = conceito poupadora de néfrons.
Anatomopatológico revelou tecido linfoide com atípias, margens livres.
Imunohistoquimica trouxe informações compatíveis com linfoma de zona marginal.
PET-CT identificou que ainda havia outras áreas com atividade metabólica. Atividade tumoral em terço médio e pelve renal esquerda exclusivamente.
Conforme proposta de tratamento hematológico foi realizado terapia adjuvante com radioterapia. Encontra-se há cerca de 12 meses em seguimento sem evidências de processo neoplásico em atividade, com função renal normal.
DISCUSSÃO
O linfoma marginal renal é considerado linfoma de baixo grau com curso clínico indolente, muitos casos mostram uma evolução não complicada prolongada, uma boa resposta à esplenectomia ou quimioterapia. Quase todos os pacientes apresentam esplenomegalia moderada a maciça que pode causar desconforto no hipocôndrio esquerdo. A linfocitose absoluta é relatada em 75% dos pacientes. Sintomas B são raros. Geralmente acomete adultos entre os 43 e 79 anos de idade e com discreto predomínio no sexo masculino.
Sua origem é desconhecida e questionada, pois o parênquima renal não apresenta tecido linfático. Postulou-se que a neoplasia surge dos gânglios do seio renal ou da rede linfática da cápsula renal, formando cordões de células ou de um processo inflamatório prévio que atuaria como um gatilho para a neoplasia.
A sobrevida global em 5 anos varia de 65% a 78%. Mesmo na ausência de tratamento ou completa resposta, o tempo de progressão é superior a 5 anos.
Existe um consenso geral, considerando a esplenectomia como a melhor terapia. Mais recentemente, numerosas estratégias de tratamento tornaram-se disponíveis para pacientes com linfomas de células B: análogos de nucleósidos fludarabina e pentostatina e anticorpo monoclonal quimérico anti-CD20 rituximab.
Área
UROLOGIA
Instituições
Centro Universitário FAG - CEONC - Hospital do Câncer - Paraná - Brasil
Autores
Silvia Casanova Baldissera, Cláudia Fernanda Camini, Marcelino Paiva Martins, Rene Augusto Weirich, Flavio Luise Bressan