Dados do Trabalho
TÍTULO
RECONSTRUÇAO GENITOANAL EM MULHER VITIMA DE AGRESSAO SEXUAL
INTRODUÇÃO
No Brasil, carecemos de dados globais sobre a violência sexual, fato que proporcionaria um melhor dimensionamento e entendimento do fenômeno em nosso meio, sendo justificado por consistir em uma das formas de violência que continua sendo subnotificada globalmente, onde a maior parte das vítimas são do sexo feminino. De acordo com dados encontrados na literatura, estima-se que cerca de um terço das mulheres enfrentará alguma forma de agressão sexual durante sua vida.
Na violência sexual, além dos danos psicológicos, do risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis, verifica-se a possibilidade da ocorrência de gravidez pós-estupro e de lesões genitais, como como roturas himenais, lacerações e fissuras vaginais, e não-genitais que impactam na qualidade de vida das vítimas.
RELATO DE CASO
Paciente sexo feminino, 40 anos, previamente hígida, G6P4A1, todos os partos vaginais. Refere que há cerca de 30 anos foi vítima de abuso sexual repetidas vezes, após o qual apresentou ruptura perineal completa e lesão anal importante. Cursou com quadro clínico de sangramento vaginal de pequena quantidade espontaneamente e importante dispareunia associada. Nega saída de fezes pela vagina. Realizou procedimento de confecção de colostomia há 01 ano em razão de laudo da ressonância magnética realizada em outubro de 2016 que sugere aparente descontinuidade de parede posterior e do terço inferior do canal vaginal com possível comunicação com canal anal. A colonoscopia do período confirma presença de lesão perineal. Paciente submetida em dezembro de 2018 à reconstrução perineal através da reaproximação dos elevadores do ânus e plastia local, cirurgia ocorreu sem intercorrências. Evoluiu satisfatoriamente, tendo programação de reconstrução de trânsito intestinal em segundo tempo e manter acompanhamento ambulatorial.
DISCUSSÃO
As lesões genitais se observam com mais freqüências nas crianças e nas mulheres de maior idade, podendo incluir lacerações, hematomas, equimoses e edema, afetando os lábios menores, o hímen e a fossa navicular. No caso de agressão sexual a crianças,
as lesões podem incluir lesões na vagina, períneo, ânus e reto.
O local mais comum de lesão primária, e a encontrada na paciente, é em parede posterior, isto acontecendo por ser a região mais afetada pela direção da força e por ser a região mais delicada. A região vaginoperianeal entre de 3 e 9 horas foi mais significativamente afetada pela agressão sexual.
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
HOSPITAL ANA NERY - Bahia - Brasil
Autores
CAROLINA FALCÃO LOPES MOURÃO, BEANIE CONCEIÇÃO MEDEIROS NUNES, GABRIEL CARVALHO NASCIMENTO, CAIQUE DE SANTANA SANTOS, DIEGO CARVALHO MACIEL, ANDRE LUÍS BARBOSA ROMEO, ROGÉRIO SOUZA MEDRADO DE ALCANTARA