Dados do Trabalho
TÍTULO
RECONSTRUÇAO CERVICAL POSTERIOR COM RETALHO MIOCUTANEO DE MUSCULO PEITORAL APOS RESSECÇAO DE METASTASE UNICA CUTANEA DE TUMOR DE NASOFARINGE
INTRODUÇÃO
O carcinoma de nasofaringe (NPC) apresenta um dos piores prognósticos dentre os tumores malignos de cabeça e pescoço. As razões para isso são a proximidade da base de crânio e de outras estruturas vitais, a natureza invasiva do tumor, por causar sintomas tardios e a dificuldade no exame da nasofaringe. Não ocorre de forma frequente no Brasil, sendo sua maior incidência na China. O tumor primário geralmente se inicia na fossa de Rosenmuller e pode permanecer assintomático por longo tempo, até que surjam metástases ganglionares cervicais, presentes em 50% a 90% dos casos, que despertem a atenção do paciente e familiares. O câncer de nasofaringe tem uma tendência a recidivas e a metástases para outros órgãos, dentre elas a metástase cutânea, um fenômeno que resulta da disseminação do tumor por meio de embolização linfática ou vascular, implantação direta durante cirurgias, ou envolvimento da pele por contigüidade. Nesses casos, quando possível, faz-se ressecção total da lesão. Relatamos um paciente com metástase cutânea de câncer de laringe, onde foi realizada ressecção cirúrgica e posterior reconstrução com retalho miocutâneo.
RELATO DE CASO
Paciente do sexo masculino, 59 anos, deu entrada no ambulatório de oncologia do Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE), com história de diagnóstico de carcinoma linfoepitelial de nasofaringe há 2 anos (T2N2M0), pós quimioterapia e radioterapia. Ao exame físico, apresentava tumoração de caráter fibrótico em região cervical posterior. Foi realizada exérese da lesão com reconstrução imediata com retalho miocutâneo peitoral. No 8º dia pós operatório a viabilidade do retalho era de 100%.
DISCUSSÃO
A ressecção de metástases cutâneas pode causar grandes defeitos estéticos e até funcionais, como a exposição de vasos, devido às margens oncológicas. A presença de margens livres é um ponto fundamental na cirurgia oncológica, todo tumor deve ser retirado com uma margem de tecido normal ao redor, para evitar que células microscópicas causem recidiva. Em relação ao caso em questão, a alternativa clássica para a região cervical posterior é a utilização do músculo trapézio para a reconstrução, porém o mesmo obteve a vascularização comprometida. Foi descrito inicialmente por Ariyan na década de 1970, que o retalho de peitoral maior tem grande aceitação nas reconstruções por câncer em cabeça e pescoço pela sua versatilidade. Ele é irrigado pela artéria toracoacromial com uma circulação adicional proveniente da artéria torácica lateral. Assim, foi feito um retalho miocutâneo de peitoral maior 100% viável no pós-operatório.
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
Universidade Tiradentes - Sergipe - Brasil
Autores
Caio César Chagas Santos Fernandes, Maria Letícia Barreto Fontes Carvalho, Antonio Augusto Machado Teles Filho, Tarcizo Costa Figueiredo Júnior, Gabriel Ponciano Santos Carvalho, João Pedro Costa Machado Teles, Mariana Amaral Carvalho