Dados do Trabalho
TÍTULO
TRATAMENTO DAS HERNIAS INGUINAIS E AS VARIAÇOES ANATOMICAS DO NERVO ILIOINGUINAL
OBJETIVO
O objetivo desse trabalho foi identificar a distribuição anatômica do nervo ilioinguinal em seu trajeto no canal inguinal. A região inguinal é sede de transformações morfológicas durante o seu desenvolvimento embriológico. Torna-se, por isso, propensa a sofrer desvios no seu rumo geneticamente determinado e apresentar alterações anatômicas. Recebe três nervos mistos: o ilioinguinal, o ilio-hipogástrico e o genitofemoral. O ilioinguinal situa-se coberto pela aponeurose do músculo oblíquo externo na altura do anel inguinal profundo, percorre a totalidade do canal inguinal em posição anterolateral e em relação íntima com o funículo espermático. O ilio-hipogástrico em trajetória semelhante, situa-se de um a dois centímetros acima. O ramo genital do nervo genitofemoral é identificado junto à origem do músculo cremáster, próximo ao anel inguinal superficial. No canal inguinal o nervo ilioinguinal é vulnerável à lesão por englobamento na sutura ou por secção, tendo como resultado um neuroma sintomático e desencadeando, nas duas situações, dor crônica exacerbada pelos movimentos do corpo e sempre incapacitante e irradiando-se para a base do pênis e escroto do lado adjacente. Kehlet (2002) reporta a incidência de dor crônica após a correção da hérnia inguinal em 10 a 15% dos casos. A frequência desses acidentes aumenta quando houver variação anatômica na distribuição neurológica local.
MÉTODO
Estudo prospectivo de 80 pacientes adultos, masculinos, na faixa etária de 18 a 65 anos submetidos a correção cirúrgica de hérnia inguinal indireta primária, dos tipos 2 e 3b da classificação de Nyhus para hérnias ínguino-femorais. Em todos os pacientes, procedeu-se a incisão cutânea na região inguinal do lado correspondente à hérnia, dois centímetros acima da prega inguinal. Aberta a tela subcutânea e suas fáscias, tendo como referência o anel inguinal superficial, identificou-se os nervos da região.
RESULTADOS
A distribuição padronizada foi observada em 39 casos. Em nove pacientes obesos, o nervo ilioinguinal não foi identificado. Em 32, verificou-se variações anatômicas importantes do nervo ilioinguinal. A maior incidência, em 24 casos, a sua posição posterior ao funículo espermático, envolvido pelo músculo cremáster. Um tronco nervoso sensitivo aberrante que se unia ao ramo genital do nervo genitofemoral foi encontrado em 5 casos. Nos demais, havia uma comunicação entre o nervo ilioinguinal e o ílio-hipogástrico em sítios diferentes ao longo do canal inguinal.
CONCLUSÕES
Ocorreu variação na distribuição do nervo ilioinguinal na parede anterolateral do abdome em 40% dos pacientes da amostra.
Área
PAREDE ABDOMINAL
Instituições
UNILAGO - União das Faculdades dos Grandes Lagos - São Paulo - Brasil
Autores
PEDRO LUCIO SOUZA, MANOEL BRANDES NAZER, EDMO ATIQUE GABRIEL, FERNANDO MARCIANO VIEIRA, BRUNO FURINI PUTON, JUSTINA MARIA FERREIRA SOUZA, SILVIA MESSIAS BUENO, SILVIO PEGORARO BALZAN