Dados do Trabalho


Título

DEGENERAÇAO RETROGRADA TRANSSINAPTICA EM NEUROTOXOPLASMOSE - RELATO DE CASO

Introdução

A degeneração retrógrada transsináptica ocorre após uma lesão na via óptica posterior. Seu mecanismo ocorre de forma retrógrada (em direção às células ganglionares da retina). A palidez de disco óptico é o sinal confirmatório da sua ocorrência e a atrofia óptica pode ser quantificada pela Tomografia de Coerência Óptica (OCT).

Métodos

Quantificar o grau de acometimento da camada de fibras nervosas da retina (CFNR) peripapilar e da mácula na degeneração retrográda transináptica em neurotoxoplasmose.

Resultados

Paciente do sexo masculino, 43 anos, avaliado pelo serviço de neuro-oftalmologia com percepção visual de escotomas inespecíficos há dois anos. Apresentava história de internação hospitalar para investigação de síncope há 9 anos na qual foi diagnosticada Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA) coincidindo o quadro neurológico secundário à toxoplasmose. O paciente referia uso contínuo de drogas anti-retrovirais, negava recidiva da neurotoxoplasmose e trazia à consulta uma TC de crânio com lesão residual calcificada no pulvinar do tálamo direito (figura 1). Ao exame apresentava acuidade visual com correção de 20/20 (tabela de Snellen) em ambos os olhos (AO). A biomicroscopia, teste de sensibilidade ao contraste ao sloan letter charts e Ishihara apresentaram-se dentro da normalidade. No entanto, paciente apresentava palidez de disco óptico em região temporal bilateralmente e, ainda, defeito do tipo hemianopsia homônima à esquerda ao campo visual por confrontação e à perimetria visual computadorizada (figura 2). A OCT de disco demonstrou redução da CFNR peripapilar bilateralmente (espessura média de 75 μm no OD e 74 μm no OE) e, ainda, da retina temporal do olho direito e retina nasal de olho esquerdo ( figura 3).

Conclusões

A degeneração retrógrada transsináptica ocorrida no caso pode ser associada ao acometimento inflamatório e infeccioso do corpo geniculado lateral que representa uma área de transição entre a via óptica anterior e posterior. A neuroimagem associada ao resultado da perimetria visual computadorizada sugeriram alteração retroquiasmática da via óptica. No entanto, os resultados da OCT foram determinantes para a elucidação da degeneração retrógrada transsináptica, justificando o achado das alterações fundoscópicas dos discos ópticos.

Palavras Chave

degeneração retrógrada transsináptica, neurotoxoplasmose, síndrome da imunodeficiência adquirida

Arquivos

Área

Miscelânea

Instituições

Instituto de Olhos Ciências Médicas - Minas Gerais - Brasil

Autores

Olívia Moura de Paula Ricardo, Larissa Fouad Ibrahim, Letícia Arriel Crepaldi, Joana Versiani Chiabi Queiroz, Thaís Nunes Andrade, Luciano Mesquita Simão