Dados do Trabalho


Título

ALTERAÇOES OFTALMOLOGICAS EM PACIENTES COM ALERGIA OCULAR

Introdução

A alergia ocular (AO) representa 25% dos atendimentos dos alergistas, 10% dos oftalmologistas e 5% dos pediatras. Embora estabelecida a possibilidade de alterações oculares na conjuntivite alérgica, é desconhecida a prevalência destas complicações. Objetivamos investigar as alterações oftalmológicas e tratamentos realizados em pacientes com diagnóstico de AO em Hospital Universitário terciário.

Métodos

Analisamos os prontuários dos pacientes diagnosticados com AO atendidos no Ambulatório de Alergia Ocular do Serviço de Alergia e Imunologia Clínica do HCFMUSP entre 2002-18. Os dados coletados foram armazenados prospectivamente no prontuário eletrônico (PRONTMED).As variáveis estudadas incluíram idade, sexo, manifestações clínicas, atopia, início dos sintomas oculares e tratamento realizado. As variáveis categóricas foram expressas em percentagens e as contínuas em mediana com valores mínimo e máximo. Foi aplicada a Correlação de Pearson e Regressão Linear Simples para correlacionar idade e número de medicamentos utilizados. A análise estatística foi realizada pelo programa estatístico STATA versão 13.1 (Stata Corp, Texas, USA). Os testes foram considerados significativos para ∝=0.05.

Resultados

Incluímos 60 pacientes com diagnóstico de AO. Destes, 39 (65%) do sexo masculino. No ato do estudo, 46 (76.7%) pacientes eram adultos (>18anos; 24.5[18-52]), enquanto no diagnóstico,54(90%) encontravam-se na faixa etária pediátrica (<18anos; 14[7-17]). Com relação ao diagnóstico de doenças atópicas, 58 (96.6%) pacientes tinham rinite, 32 (53.5%) asma e 17 (28.3%) dermatite atópica. Alterações oftalmológicas foram identificadas em 18(30%) pacientes. Todos realizaram tratamento com imunoterapia alérgeno específica subcutânea (ITSC) para ácaros. Destes, 43 (71.6%) já finalizaram a ITSC, enquanto 17 (28.3%) ainda estão sob tratamento. Procedimento cirúrgico foi necessário em 10% dos pacientes. A Regressão linear simples demostrou que quanto maior a idade do paciente, menor o uso de fármacos (p=0.022).

Conclusões

No estudo, embora o perfil atual seja de adultos, o diagnóstico foi prioritariamente em idade pediátrica. Observamos associação de portadores de AO principalmente com rinite alérgica. A úlcera de córnea foi a alteração mais prevalente, seguida do ceratocone. O prurido ocular e a hiperemia conjuntival foram os mais prevalentes. O uso de estabilizador de mastócito foi o tratamento medicamentoso mais frequente e o cirúrgico, o transplante de córnea. A ITSC foi indicada para todos os pacientes.

Palavras Chave

Conjuntivite alérgica ; Ceratoconjuntivite; Complicações; Imunologia

Arquivos

Área

Patologia Clínica

Instituições

Escola de Ciências Médicas da Universidade Anhembi Morumbi - São Paulo - Brasil

Autores

Giovanna Hernandes y Hernandes, Cynthia Mafra Fonseca de Lima, Clóvis Eduardo Santos Galvão