Dados do Trabalho


Título

AGITAÇAO DE SERINGAS E LIBERAÇAO DE OLEO DE SILICONE

Introdução

Seringas de insulina são utilizadas em mais de 25 milhões de injeções intravítreas anualmente, sendo esse o procedimento intraocular mais realizado no mundo. Óleo de silicone é adicionado no interior dessas seringas durante o seu processo de fabricação e pode ser liberado para o vítreo sob a forma de gotículas durante a injeção intravítrea levando a queixa de moscas volantes. Há uma possível relação causal entre casos de inflamação ocular pós injeção e o uso de seringas que comprovadamente liberam óleo de silicone de suas paredes internas, além de provável redução da eficácia dos anti-VEGF devido a formação de agregados proteicos insolúveis a partir da interação com o óleo de silicone. A prática de agitar (sob a forma de petelecos) a seringa antes da injeção para expelir as bolhas de ar é bastante comum, podendo contribuir ainda mais para a liberação de óleo. O objetivo foi investigar in vitro a liberação do óleo silicone, por diferentes modelos de seringas e sob diferentes condições de manuseio.

Métodos

Este estudo comparativo transversal analisou oito modelos de seringas por microscopia óptica quanto a liberação de óleo de silicone sob agitação (petelecos), sem petelecos e controles positivos. Espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) foi realizada para identificar os compostos moleculares no interior das seringas.

Resultados

Foram analisadas 240 seringas. Todos os controles positivos liberaram óleo de silicone. Quando agitadas por petelecos, 100% das amostras das seringas liberaram óleo, exceto a BD Plastipak, que apresentou 40% de positividade. Sem agitação, menor porcentagem de liberação de óleo foi observada. A agitação por petelecos apresentou 265 mais chances de liberar gotículas de óleo quando comparada às seringas sem agitação. Houve diferença significativa entre as três condições (p <0,05). A análise da ponta do êmbolo através da FTIR indicou a presença de polisiloxane (óleo de silicone) em todos os modelos de seringas. Outros dois compostos foram encontrados em pequenas proporções: carbonila de éster (Descarpack e BD Plastipak) e carbonila de sal de ácido carboxílico (SR agulha acoplável 0,45 x 13 mm; SR agulha fixa 0,45 x 13 mm e BD Plastipak).

Conclusões

Seringas atualmente utilizadas para injeção intravítrea liberam óleo de silicone quando agitadas. Recomenda-se aprimorar a técnica de injeção e a fabricação de seringas específicas livre de óleo de silicone para uso oftalmológico.

Palavras Chave

Injeção intravítrea; Seringa; Óleo de silicone

Arquivos

Área

Retina

Instituições

Hospital de Olhos de Sergipe - Sergipe - Brasil

Autores

CELSO DE SOUZA DIAS JÚNIOR, ALEXANDRE LIMA CARDOSO, ANA GALRÃO DE ALMEIDA FIGUEIREDO, SHOKO OTA, GUSTAVO BARRETO MELO