Dados do Trabalho
Título
USO DO RIPASUDIL PARA PACIENTES COM DEGENERAÇAO CORNEANA: UM ESTUDO DE 5 OLHOS
Introdução
O objetivo deste trabalho é relatar o efeito do Ripasudil no endotélio da córnea em pacientes com degeneração corneana. O Ripasudil é um inibidor da enzima Rho-quinase utilizado no tratamento do glaucoma e hipertensão ocular. No endotélio da córnea, o Ripasudil exerceu função de regeneração em alguns casos. Portanto, essa medicação é estudada para o tratamento de desordens das células endoteliais da córnea. O presente estudo traz uma série de 03 casos de pacientes com quadro de descompensação corneana que receberam o Ripasudil como terapia.
Métodos
Três pacientes foram avaliados: dois eram portadores de distrofia de Fuchs (divididos em pacientes 1 e 2, olhos I, II, III, IV) e outro desenvolveu ceratopatia bolhosa pós-catarata (paciente 3, olho V). Utilizaram o Glanatec 0.4% duas vezes ao dia. Os pacientes foram avaliados com 1, 30, 60, 90 e 180 dias. Em cada visita foram avaliadas acuidade visual, biomicroscopia, microscopia especular e fotodocumentação. O objetivo primário foi observar o tempo para o clareamento da córnea, a melhora da AV e as complicações. O colírio foi importado diretamente do fabricante (Kowa Pharmaceutics), por meio de prescrição adequada às exigências da ANVISA. Consentimento foi obtido de todos os pacientes
Resultados
A média de idade foi de 62 anos. Dois pacientes eram do sexo masculino (ambos com distrofia de Fuchs (olhos I, II, III, IV) e uma do sexo feminino (ceratopatia bolhosa, olho 5). Os resultados de acuidade visual e transparência corneana ao longo do tempo estão exemplificados nas tabelas. Em todos os olhos foi observada melhora a partir de 30 dias. Ao final de 6 meses, o benefício inicial de clareamento e acuidade visual alcançados foram mantidos. O uso do colírio foi tolerável, os pacientes não se queixaram de desconforto. À biomicroscopia, não foram observados efeitos adversos.
Conclusões
Houve melhora na acuidade visual de todos os pacientes. A melhora foi mais significativa nos pacientes com distrofia de Fuchs em comparação com a paciente com ceratopatia bolhosa, sendo que a evolução mais evidente aconteceu no paciente 1, olho II (OD). Na literatura, discute-se o Ripasudil como uma droga promissora no que se refere ao tratamento de distúrbios do endotélio da córnea, principalmente naqueles relacionados à distrofia de Fuchs. Além disso, os melhores resultados ocorreram nos pacientes que possuíam as melhores acuidades visuais antes do tratamento. Este dado pode sugerir que o Ripasudil tem melhor efeito em pacientes com AV menos prejudicada.
Palavras Chave
Ripasudil; Degeneração corneana; Distrofia de Fuchs; Ceratopatia bolhosa
Arquivos
Área
Refrativa
Instituições
São Leopoldo Mandic - São Paulo - Brasil
Autores
VICTOR FERRO BERTON, HERYBERTO DA SILVA ALVIM, PEDRO FERRO BERTON