Título

BIOMICROSCOPIA ULTRASSONICA EM PACIENTES PSEUDOFACICOS COM INFLAMAÇAO INTRAOCULAR CRONICA E/OU AUMENTO DA PRESSAO INTRAOCULAR.

Introdução

Complicações relacionadas ao posicionamento da LIO pós facectomia podem ocorrer, sendo uma delas a proximidade da LIO com a íris, que muitas vezes não pode ser confirmada apenas à biomicroscopia. O atrito entre LIO e íris pode levar a erosão da íris, gerando inflamação intraocular crônica e/ou aumento da pressão intraocular (PIO). A biomicroscopia ultrassônica (UBM) é um exame não invasivo que permite a visualização anatômica da zona óptica da LIO e dos hápticos e sua relação com estruturas adjacentes.

Métodos

Foram selecionados 5 pacientes pseudofácicos com histórico de inflamação intraocular e/ou aumento da PIO (24-30 mmHg), após excluir outras etiologias. Foi realizado UBM para avaliar: posicionamento da zona óptica (ZO) e dos hápticos da LIO e sua relação com as estruturas adjascentes, inclinação da LIO e presença de remanescente de córtex cristaliniano.

Resultados

Caso1)FACO + LIO OD, submetido a retinopexia pneumática e crioterapia neste mesmo olho. Evoluiu com episódios de aumento da PIO. UBM: ZO da LIO centrada, sem toque da LIO na íris ou no corpo ciliar (CC). Presença de remanescente de córtex cristaliniano intracapsular. Caso2)FACO + LIO AO com escavação assimétrica: OD: 0,8H/0,9V OE: 0,3H/0,3V, episódios de hipertensão ocular em OD. UBM: ZO da LIO centrada, sem toque na íris ou CC. Presença de remanescente de córtex cristaliniano intracapsular. Caso3)FACO + LIO OE, evoluindo com aumento da PIO em OE, submetido à cirurgia antiglaucomatosa. UBM: Háptico superior da LIO localizado em sulco ciliar com toque na íris, remanescente de córtex cristaliniano intracapsular. Caso4)FACO + LIO AO, diagnóstico de glaucoma bilateral, PIO de difícil controle em OE. UBM: ZO da LIO anteriorizada em região inferior. Háptico superior da LIO intracapsular, inferior em sulco ciliar com toque na íris, remanescente de córtex cristaliniano intracapsular. Caso5)FACO + LIO AO, necessitou reposicionamento da LIO em OE, apresentando inflamação intraocular recorrente. UBM: ZO da LIO centrada, dois hápticos posicionados em sulco ciliar, um deles com toque em epitélio pigmentado posterior da íris.

Conclusões

Dos 5 casos, 1 não evoluiu com aumento da PIO, mas apresentou inflamação intraocular crônica; 3 apresentaram toque de hápticos na íris. Em 2 casos de PIO alta o único achado foi a presença de remanescente cristaliniano intracapsular. O UBM é uma importante ferramenta no diagnóstico de pacientes pseudofácicos que evoluem com inflamação intraocular crônica e/ou aumento da PIO com biomicroscopia inocente.

Palavras Chave

Biomicroscopia ultrassônica; PIO; pseudofacia; inflamação

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